Entenda como as redes sociais podem afetar a nossa saúde mental

Passar horas em frente às telas pode ser prejudicial para o modo como enxergamos a nós mesmos e a vida. O psiquiatra e diretor da Clínica Revitalis, Sérgio Rocha, cita os possíveis efeitos disso no nosso dia a dia e a longo prazo.

Visão distorcida da própria aparência

Por conta do uso excessivo das redes, muitas pessoas acabam por desenvolver o que é chamado de distorção de autoimagem ou, em termos mais técnicos, transtorno dismórfico corporal. Em suma, trata-se de um transtorno psicológico em que prevalece uma percepção distorcida do próprio corpo, fazendo com que a pessoa superestime pequenas imperfeições ou até mesmo imagine imperfeições inexistentes.

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O excesso de exposição a imagens de corpos perfeitos e a comparação com seu próprio corpo pode estar associado ao aumento da prevalência desse transtorno.

Diferentemente dos tempos anteriores, em que nos comparávamos apenas com pessoas do nosso convívio ou, no máximo, com celebridades de revistas e TV, hoje somos bombardeados diariamente por imagens - cuidadosamente curadas e escolhidas a dedo - das vidas de centenas, milhares de pessoas que, muitas vezes, nem sequer conhecemos.

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Abdicar de outros hábitos geralmente mais saudáveis e proveitosos

Ao gastar o tempo livre rolando o feed ao longo do dia, acabamos abdicando de fazer outras coisas, como ler, praticar esportes ou até mesmo passar o tempo com a família e com amigos. A longo prazo, isso pode destruir relacionamentos, afastar amigos e fazer com que o usuário perca seus hobbies.

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Influência sobre nossos hábitos e estilo de vida

Observar constante e diariamente as rotinas alheias também impacta diretamente sobre nossas vidas, ainda que muitas vezes não estejamos conscientes disso. No entanto, esse efeito das redes sociais não necessariamente é algo negativo, uma vez que podemos replicar práticas saudáveis de outras pessoas, como o costume de fazer exercícios físicos ou até mesmo o gosto pela leitura.

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"É importante estar sempre consciente de nossas motivações quando fazemos algo”, diz o psiquiatra Sérgio Rocha.

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As redes sociais são propositalmente viciantes

Não é nenhuma novidade que as redes sociais são viciantes. O que é preciso entender é o porquê disso. Em resumo, nos tornamos dependentes da sensação de gratificação que os tais aplicativos nos proporcionam. Por exemplo, ao postar uma foto, automaticamente esperamos pelos likes. Quando eles vêm, ficamos contentes. Mas e quando eles não vêm?

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Não é incomum ficar chateado quando algo que postamos não atingiu o número de pessoas esperado ou o número de likes que queríamos.

Saiba que isso é intencional. E a longo prazo, também pode desencadear frustrações crônicas, levando inclusive a episódios de depressão.

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Cuidado!

“Os likes nas redes sociais podem causar liberação de dopamina, neurotransmissor ligado a sensação de gratificação e excitação, semelhantes àqueles que ocorrem quando somos elogiados e reconhecidos por pessoas que interagimos na vida real. Portanto, não é difícil migrar para o ambiente virtual em busca dessas “ recompensas”. Podemos nos tornar viciados nesses estímulos, o que é muito perigoso”, alerta o médico.

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