A médica Renata Rizzo explica como a diferença entre os corpos entre mulheres e homens impacta na participação das doações
Segundo dados divulgados pelo 9° Boletim de Produção Hemoterápica Brasil da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), a taxa de mulheres que doam sangue é inferior à dos homens, são 42% contra 57%. Um dos fatores para essa diferença de engajamento são as diferenças fisiológicas entre homens e mulheres.
De acordo com a Dra. Renata Rizzo, da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), “existe uma diferença entre os gêneros devido ao fato de baixo peso, hemoglobina/hematócrito abaixo do permitido, gestação, uso de medicamentos, entre outros motivos que são em sua maioria fatores relacionados ao sexo feminino”. Ela também explica as principais dúvidas para as mulheres que desejam doar sangue e os momentos em que a doação não é indicada.
Essa é uma dúvida frequente para as mulheres. Renata esclarece que a menstruação não é contraindicação para a doação. No entanto, condições como hipermenorréia (sangramento prolongado, acima de 8 dias, ou quantidade excessiva, maior que 80 ml, durante o período menstrual) ou outras alterações menstruais são consideradas contra indicativas na avaliação médica.
Depende. Segundo a especialista da ABHH, cada medicamento será avaliado individualmente e em conjunto e sempre que apresentar alguma correlação com a doação de sangue, será registrado na ficha de triagem.
Para fazer a doação de sangue os valores mínimos aceitáveis do nível de hemoglobina/hematócrito são: Hb =12,5g/dL ou Ht =38% para as mulheres. A candidata que apresentar níveis de Hb igual ou maior que 18,0g/dL ou Ht igual ou maior que 54% será impedida de doar e encaminhada para investigação clínica.
Renata esclarece que as gestantes, mães que amamentam ou que tiveram bebê há menos de um ano não devem doar. O Ministério da Saúde proíbe a doação de sangue de gestantes e lactantes. Ao longo da gestação, o corpo apresenta um volume de 30% a 50% a mais de sangue. Não é recomendado, no entanto, que a grávida doe sangue, já que se trata de um período de vulnerabilidade, em que o organismo está concentrado no desenvolvimento do bebê.
A especialista diz que alguns tipos de tratamentos, como tatuagens, micro pigmentação, cirurgia, vacinas como a de Hepatite após 11 anos de idade, entre outros, também são motivos impeditivos à doação.
Agora você pode acompanhar todos os conteúdos do iG Delas pelo nosso canal no Telegram. Clique no link para entrar no grupo.
Siga também o perfil geral do Portal iG.