Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha: veja as atividades do dia

Neste domingo (25) comemora-se o Dia Internacional da Mulher negra Latino-americana e Caribenha; conheça a origem da data, as pautas a ela relacionadas e agenda para o dia no Brasil

Lélia Gonzales se dedicou a realidade da mulher Negra, Latino-americana e Caribenha
Foto: Acervo pessoal
Lélia Gonzales se dedicou a realidade da mulher Negra, Latino-americana e Caribenha





 O Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha (25), comemorado neste domingo, tornou-se uma data simbólica após um encontro entre mulheres negras na República Dominicana, em 1992, em Santo Domingo. Denunciando as desigualdades de gênero e racismo , vividos até hoje por mulheres, esta data tem sido um símbolo político. 

Foi a partir deste encontro que nasceu a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas. A Rede, junto à Organização das Nações Unidas (ONU) lutou para o reconhecimento do dia 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.

Dia Nacional de Tereza de Benguela no Brasil

No Brasil, a partir de 2014 com a Lei n° 12.987/2014, a data também passou a ser celebrada como o Dia Nacional de Tereza de Benguela. A homenageada foi um líder quilombola, na fronteira entre Mato Grosso e Bolívia, de destaque que resistiu à escravidão durante duas décadas no século XVIII, lutando pela comunidade negra e indígena que vivia sob sua liderança. 

Casada com José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho- atual cidade de Cuiabá- Tereza se tornou a líder do quilombo, após a morte do seu marido. Não se tem registros de como Tereza morreu. Uma versão é que ela se suicidou depois de ser capturada por bandeirantes a mando da capitania do Mato Grosso, por volta de 1770, e outra afirma que Tereza foi assassinada e teve a cabeça exposta no centro do Quilombo.

As mais vulneráveis na  América Latina e no Caribe

Foto: Pexels/lives matter
Mulheres negras lutam contra o racismo estrutural


Levantamentos realizados em alguns países mostram que mulheres negras vivem em condições desiguais semelhantes. Em Porto Rico, um estudo divulgado pelo Canal Alma Preta mostra que um homem branco com ensino superior tem 89% mais chances de entrar no mercado de trabalho, enquanto das mulheres negras, o percentual é de apenas 60%. 

No Uruguai, a taxa de desemprego chega a 7%, mas entre as mulheres negras sobe para 14,3%. Em um levantamento realizado pela CEPAL (Comissão Econômica para América Latina), em cinco dos países que contam com dados (Argentina, Brasil, Equador, Panamá e Uruguai), as mulheres afrodescendentes representam o grupo mais afetado pelo desemprego no mercado de trabalho.

Além disso, em três deles (Argentina, Brasil e Uruguai), a taxa de desemprego é o dobro ou até mais que a dos homens não afrodescendentes.



Atividades da data no Brasil

Foto: Femnegras
Marcha das mulheres negras no RJ


Neste domingo ocorrem eventos em todas as partes do Brasil, um deles é a II Marcha virtual das mulheres negras na luta contra o racismo, sexismo e Fora Bolsonaro, das 10 horas às 18 horas. A transmissão pode ser acompanhada no Facebook: FEMNEGRAS. Por conta da pandemia, diversas atividades serão virtuais.

A Marcha das Mulheres Negras do Rio de Janeiro é um evento organizado pelo Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro (FEMNegras-RJ) em parceria com instituições, organizações, coletivos, mandatos e fóruns.

Considerando que a programação iniciou em todo mês de julho, ela também acontecerá após o dia 25. Dia 27 de julho, ocorre o Encontro virtual do Comitê Pró-equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, cujo tema é “Mulheres Negras no Enfrentamento da Pandemia da Covid-19”. A atividade será das 10h às 12h no perfil do youtube da Fiocruz.

Foto: Reprodução/Instagram
Evento dia 25