Médica e secretária de Estado, Linamara Battistella driblou as três vilãs femininas: obesidade, inatividade física e hipertensão
Linamara Rizzo Battistella há 32 anos deixou o cigarro e nunca mais entrou na lista de nenhum fator de risco para doenças crônicas. Em uma jornada de 14 horas de trabalho por dia, ela faz exercício de salto alto e, para não descuidar da alimentação, almoça todos os dias em casa.
Leia a seguir a entrevista com ela, com a médica fisiatra, professora universitária e secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo.
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Delas: Como a senhora define o autocuidado que a mulher moderna tem com a saúde? E a sua rotina, como é?
Linamara: Há uma demanda crescente por academia e tratamentos estéticos que, na minha avaliação, dão mais suporte emocional do que orgânico. Eu tenho uma vida extremamente ativa, mas que é organizada para incluir exercícios físicos e alimentação saudável mesmo em uma jornada de 14 horas diárias de trabalho e apenas seis horas de sono. Tenho uma esteira na sala de casa e me programo para todos
Delas: A senhora credita às refeições caseiras o fato de hoje não sofrer nem de sobrepeso nem de hipertensão?
Linamara : Sim, é um privilégio que consegui. Mas também consegui transformar trabalho em prazer e não considero o estresse do trabalho maligno. É a minha motivação, meu lugar de bem-estar. Não tenho nenhuma pretensão de ser uma superheroína e quando estou sobrecarregada paro e respiro. Outra coisa é o salto alto que não me impede de caminhar ou subir escadas, sempre faço isso, contribui para queimar umas calorias. As pessoas me olham e pensam que eu nasci de salto. É claro que quando eu saio de casa para caminhar, estou de tênis. Mas não é este tipo de calçado que eu adoro que me impede de mexer o corpo ao longo do dia, com velocidade reduzida.
Delas: Mas a senhora não pode confessar nenhum único pecado ou deslize que comete com a própria saúde?
Linamara : Ai... o chocolate. Sou chocólatra. Este doce parece que me acalma em dias tensos. Para me render ao vício, eu não como pão. Tenho que escolher entre o chocolate ou a farinha branca. Escolho o chocolate. Para mim, ele alivia a tensão como o cigarro para algumas pessoas.
Delas: A senhora já fumou?
Linamara : Quando a minha geração era jovem, não havia mulher que não fumasse. Era chique e charmoso, trazia status. Parei há 32 anos, quando engravidei da minha primeira filha. Primeiro foi a gravidez que não combinava com tabagismo. Depois foi por causa do exemplo para as crianças. Ainda bem que destruímos este mito com relação ao cigarro, mas ainda existem muitos outros para serem derrubados. Um é o consumo de álcool e o outro é o consumo excessivo de alimentos. Precisamos transformar a alimentação adequada em atraente. Atrelamos a ideia de riqueza ao consumo da carne, mesa farta e cheia de proteína. Precisamos de um novo conceito de cardápio, mudar a indústria e isso não depende só da mulher. Mas a mulher é muito importante para todas estas mudanças.