Com o estresse do dia-a-dia, muitas pessoas podem acabar considerando dores de cabeça e de estômago, por exemplo, como sintomas normais em resposta ao nervoso. Mas não é bem assim! Realmente, é cientificamente comprovado que sentimentos como estresse e ansiedade têm grande influência sobre algumas patologias, podendo desencadeá-las ou agravá-las.
Porém, crer que essa associação é motivo para não tratar os sintomas e a doença pode prejudicar ainda mais o quadro e causar danos à saúde. Seja qual for a natureza da patologia, é imprescindível buscar orientação médica e tratamento. Sendo assim, é fundamental estar atento aos sinais que o corpo dá para entender o que está acontecendo e também trabalhar as questões emocionais.
A gastrite consiste na alteração da mucosa gástrica e apresenta sintomas clássicos, como dor ou desconforto estomacal. Quando essas dores pioram com estresse e/ou ansiedade, temos um quadro de gastrite nervosa. "Por isso, é importante uma abordagem global pelo médico, avaliando se as duas patologias estão somadas, e nesse caso, o tratamento emocional é fundamental para a melhora dos sintomas gástricos", assegura a gastroenterologista Tabata Cristina Alterats Antoniaci.
Segundo a profissional do Grupo São Cristovão Saúde, não existe uma causa única para a evolução desse quadro, mas é fato que os fundos emocionais interferem diretamente na sintomática da doença. Ela conta que para um diagnóstico mais assertivo, algumas etapas devem ser cumpridas: verificar a alimentação, solicitar exames de imagem, realizar exames físicos fazer uma "entrevista", a fim de conhecer bem o histórico e as queixas do paciente.
Assim, a especialista afirma que após uma boa conversa já será possível fazer o encaminhamento correto do caso. "Pode-se encaminhar para tratamentos conjuntos, com o auxílio de um nutricionista e/ou psicólogo, ou até mesmo psiquiatra, formando-se uma equipe multidisciplinar para auxiliar o paciente", ressalta Tabata.
Identificando os sintomas
A gastrite é definida principalmente pelas dores e desconfortos na região estomacal e abdominal. Logo, a orientação da especialista é que quando os episódios se repetem com frequência, sendo persistentes, ou a intensidade da dor gera incômodo é essencial procurar o gastroenterologista para realizar um acompanhamento e, se necessário, dar início ao tratamento.
Vale lembrar ainda que a doença não é a única causa para dores no abdome, portanto, é sempre necessário observar o que está sentindo e, em casos mais graves, recorrer à emergência.
Tratando a gastrite
De acordo com a médica, as trativas para o caso são amplas. "Há uma série de fatores que podem ser ajustados, buscando a melhoria dos quadros, como manter uma dieta rica em vitaminas e minerais, beber água e abandonar o consumo excessivo de estimulantes como chocolates e café, pois geram ainda mais ansiedade", exemplifica.
Ficar de olho na alimentação é a chave para melhorar a condição, uma vez que o problema se concentra no estômago e pode piorar ao consumir determinados alimentos. Por isso, a gastro cita algumas opções que são ideias para agir no controle do PH estomacal: legumes cozidos, em especial a batata; frutas como a banana e o melão (as cítricas devem ser evitadas); grãos integrais, como a aveia; carnes magras, como peixes e frango sem pele.
Por fim, a orientação de Tabata é manter hábitos que funcionem como calmantes, atenuando o estresse e ansiedade. Para isso, vale investir em doces leves e chás que promovam sensações de calma e bem-estar. Outra opção muito útil é a prática de exercícios físicos, pois liberam endorfina. Opte por atividades como caminhadas, yoga ou meditação.
E uma dica de ouro para quem enfrenta a situação: "inclua sempre na sua semana o encontro ou conversa com pessoas que lhe causem calma e prazer. Todos nós temos os nossos "leões" para enfrentar e, devagar, os venceremos", finaliza a médica.
Fonte: Tabata Cristina Alterats Antoniaci, gastroenterologista do Grupo São Cristovão Saúde.