A stylist G. Martin reaproveita o material do lixo para criar peças fetichistas
Reprodução/Instagram 18.06.2022
A stylist G. Martin reaproveita o material do lixo para criar peças fetichistas

A britânica G. Martin, de 34 anos, tem levado a fundo a mensagem ecológica sobre reciclagem e criou uma grife que confecciona roupas fetichistas a partir de pneus, câmaras de ar e até brinquedos infláveis retirados de lixões. A dona da marca chamada Broke Boutique vasculha os lixos em aterros sanitários na Zona Leste de Londres, na Inglaterra, para conseguir seu material.

"É incrível pensar como esses pneus e câmaras de ar foram usados ​​no passado e agora eles são projetados nas roupas mais criativas e emocionantes", disse ela em entrevista ao Metro.uk. "A ideia surgiu por acaso e não por design. Eu já estava fazendo arte e decoração com materiais reaproveitados e alguém me deu uma enorme câmara de ar de trator", conta.

Martin fabrica gargantilhas, sutiãs, cintos e arreios feitos a partir do lixo, mas lembra que sua primeira peça foi um top que criou depois de algumas semanas brincando com ideias diferentes. Ela modelou a peça usando como molde um antigo antigo sutiã que tinha na gaveta. 

“Quando experimentei, percebi como o material era confortável e bem ajustado para ser transformado em uma peça de roupa. É incrível criar moda a partir de resíduos, abrir mentes e ver os rostos das pessoas quando percebem o que suas roupas costumavam ser antes", declarou.

Muitas vezes, a stylist precisa dar uma boa limpeza em seus materiais antes de transformá-los nas peças A grife consegue economizar entre 3 kg e 6 kg de borracha ao recolher os restos nos lixos toda semana. A borracha utilizada é durável, duradoura, livre de produtos de origem animal e totalmente segura de usar.

G. Martin acredita que usar material do lixo ajude a reduzir a reduzir as emissões de gases tóxicos na natureza
Reprodução/Instagram 18.06.2022
G. Martin acredita que usar material do lixo ajude a reduzir a reduzir as emissões de gases tóxicos na natureza

G contou que fica muito feliz em saber que está contribuindo para reduzir o dano que este tipo de lixo traz ao planeta e por colaborar com a crescente demanda por moda sustentável.

"Acho ótimo que meu negócio esteja crescendo porque as pessoas adoram o fato de a marca ser verdadeiramente sustentável. Milhões de trabalhadores com salários muito baixos são explorados todos os dias para fabricar produtos que acabam sendo descartados – e cerca de 20% dessas roupas não são vendidas", disse. "A indústria da moda rápida nos deu o hábito de comprar por impulso roupas baratas que mal são usadas, depois jogamos fora e vão para o aterro sanitário ou são enviadas para países do terceiro mundo, que então têm que lidar com nosso lixo".

Ela salientou que a produção de roupas é a causa de 10% das emissões globais de carbono e destacou que o consumo de roupas fast fashion existe porque há muitas pessoas com um orçamento pequeno e as grandes marcas de oferecem uma solução rápida para esse problema, com roupas bem baratas e em produção de larga escala, o que é insustentável.

"Acho importante mudar nossos hábitos, começar a comprar com menos frequência, mas com melhor qualidade", pontuou.

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