Receber o segundo filho nos braços é uma experiência maravilhosa, mas requer muito jogo de cintura da família. O desafio de preparar a criança mais velha para a chegada do irmão mais novo pode ser um evento estressante. Lidar com a alegria, curiosidade, insegurança e ciúmes do até então filho único, é bem comum nessa fase.
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Um estudo dirigido pelo Centro para Crescimento e Desenvolvimento Humano, da Universidade de Michigan relata bem esse comportamento de oposição dos filhos primogênitos a partir do nascimento do bebê, período em que se tornam travessos, exigentes ou teimosos, causando estresse considerável para as mães. Por outro lado, apresentavam interesse legítimo no novo irmão, demonstrando vontade de ajudar no cuidado do bebê.
Quem viveu todas essas mudanças foi a agente de Marketing, Mykaellanya Ramos, de 36 anos, mãe de Sophie (4 anos) e Raphaela (1 ano e 4 meses). Ela conta que Sophie acompanhou a gravidez de Raphaela desde o início e ficou totalmente envolvida, a ponto de conversar com a barriga e receber chutinhos de volta. “Quando a bebê nasceu, ela assistiu ao vídeo do parto, fizemos chamada de vídeo e ela estava muito feliz”, conta a mãe.
Ao chegarem em casa, porém, notaram que Sophie sentiu-se insegura com o tratamento dado à irmãzinha. “A Sophie sempre teve o quarto dela, nunca dormiu conosco. A Rafa dormia e ela teve ciúmes disso, mesmo podendo compartilhar a cama também. Tudo o que fazíamos com a pequena, ela questionava se com ela também havia sido assim. Além disso, voltou a precisar de fralda noturna e falar errado, para chamar a nossa atenção”, lembra Mykaellanya, que passou a explicar para a filha mais velha que era tão amada quanto a irmã. “Funcionou, elas se dão muito bem hoje”, comemora.
A neurocientista e especialista em Comportamento e Medicina do Sono infantil, Jéssica Africano , orienta que é importante entender que a chegada do primeiro filho traz muitas novidades para toda a família e com isso, ele cresce num ambiente onde tudo é só para ele. “Quando chega o irmão mais novo, ele se sente perdido, frustrado, é como se vivesse um luto, porque perde os pais que antes eram só dele, e precisará aprender a dividir tudo a partir de então”, destaca Jéssica. Portanto, a preparação antecipada para essa mudança é fundamental para evitar problemas psicológicos que podem afetar a criança para sempre.
A criança não tem maturidade para lidar com mudanças e frustrações, então é muito desafiador, pois falar de forma racional e lógica não é eficiente. “A criança precisa ser acolhida, inserida neste contexto novo de forma lúdica e os pais precisam de ferramentas para ajudá-la neste processo de forma natural”, conceitua a profissional, que também é especialista em Parentalidade Positiva.
Uma tática eficiente é pedir ajuda do irmão mais velho nas tarefas básicas, como pegar uma toalha para o banho ou chamar para fazer carinho no bebê. Importante também, segundo a educadora, é evitar pedir que ele faça silêncio para o bebê dormir, mas direcioná-lo para atividades diferentes para mudar o foco. “Os pais devem sempre evitar tirar algo do filho mais velho em prol do filho mais novo, pois isso gera distanciamento e disputas que irão repercutir ao longo de toda a infância”, alerta.
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Por outro lado, é válido explicar por meio de histórias que o irmãozinho será seu melhor amigo, seu companheiro de vida, que juntos eles irão se divertir muito e serão ainda mais felizes. A especialista lembra que se deve evitar mudar a vida da criança por conta do bebê. “Por exemplo, se a mãe é a pessoa que o coloca na cama, é importante que logo que souber da gravidez, o pai ou outro cuidador já faça essa tarefa também para evitar que ele sinta que isso mudou só porque o irmão nasceu”, destaca.
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