É super comum mulheres grávidas fazerem ensaios fotográficos para documentar essa fase tão especial. A canadense Christa Couture queria fazer o mesmo, mas, ao pesquisar fotos, ela percebeu que não encontrava nenhuma que retratasse uma gestante com deficiência , como é o caso dela. Foi então que Christa decidiu aprovitar a situação para, com seu ensaio , tentar romper padrões.

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A fotógrafa Jen Squires, que tem vitiligo, fez o ensaio de maternidade de Christa, que tem uma deficiência na perna
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A fotógrafa Jen Squires, que tem vitiligo, fez o ensaio de maternidade de Christa, que tem uma deficiência na perna


“Eu só tenho uma perna. Não existe uma quantidade grande de pessoas com uma perna só, é verdade, mas eu não encontrei fotos de maternidade que retratassem nenhum tipo de deficiência . Nem diferentes corpos, para dizer a verdade. Parece que ensaios fotográficos de gestantes, como o resto das representações da mulher, focam apenas em corpos brancos e em forma. E não tem nada de errado com esses corpos lindos, mas eles não se parecem com o meu”, escreveu ela em sua coluna no portal da rádio canadense CBC.

Problematizando a falta de representação, Christa, que perdeu uma de suas pernas para um câncer ósseo, afirmou que é importante se ver em fotos, filmes ou que seja para ter algo a almejar. “Eu queria saber que é [a maternidade com uma deficiência] possível, que outras mulheres já passaram por isso”. Diante disso, Christa decidiu fazer seu próprio ensaio para, possivelmente, ajudar outras mulheres como ela.

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Fotografias

Para tirar as fotos, a canadense entrou em contato com Jen Squires, uma fotógrafa com vitiligo conhecida por seus projetos com pessoas portadoras de doenças de pele. Christa relata que ficou nervosa durante a sessão. Apesar de estar acostumada a ser fotografada por ser uma cantora e se apresentar diante de muitas pessoas com frequência, inclusive exibindo sua prótese, seria a primeira vez que ela deixaria sua deficiência à mostra.


“Comecei o ensaio usando a prótese e, quando chegou a hora de removê-la, prendi a respiração. Esperei por aquela voz que viria me dizer que tinha algo de errado com o meu corpo. Mas a voz não veio. Quando vi as fotos a única coisa que consegui pensar foi: ‘estão incríveis’”, contou.

A gestante disse que era aquilo que ela queria ver: a celebração de uma gravidez desejada e de um corpo forte, lindo e diferente. “Um corpo que sobreviveu ao câncer - que foi curado de um câncer com a perda de uma perna.”

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“Eu espero que a próxima pessoa a pesquisar imagens de grávidas com deficiência encontre minhas fotos e se sinta empoderada por elas. Eu espero que elas saibam: sua diferença é poderosa, é linda. E ser mãe? Você consegue.”

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