Um ano para planejar, plantar e colher os resultados do esforço bem direcionado. É assim que 2024 se apresenta, já que, pela astrologia caldaica, o ano será regido pelo estruturado planeta Saturno, ainda sob a influência de um grande ciclo de 36 anos também saturninos, que teve início em 2017. “Essa tradição astrológica remete à magia dos antigos sacerdotes caldeus”, explica a astróloga e psicanalista Virginia Gaia.
A influência do regente do ano é sentida coletivamente, de maneira simbólica, não afetando signos zodiacais ou mapas astrais individuais, já que ela não reflete os movimentos dos planetas na esfera celeste. “É importante entender que a determinação do planeta regente do ano não tem a mesma matriz cultural da astrologia ocidental, cuja origem é greco-romana, e que utiliza os movimentos dos astros pelos signos zodiacais para fazer previsões”, explica Gaia.
Portanto, a regência caldaica anual é um elemento a mais a ser analisado em conjunto com os movimentos dos astros no céu, denominados trânsitos astrológicos. Em 2024, teremos, por exemplo, a mudança de signo do planeta Júpiter, que deixa Touro para ingressar em Gêmeos, a quadratura entre este e Saturno, no signo de Peixes, a presença de Plutão no signo de Aquário, entre outros aspectos que precisam ser considerados.
Com essa abordagem mais mágica e ligada às práticas ocultistas típicas da magia caldaica, a regência anual por Saturno evoca a resistência, a persistência e a capacidade de planejamento a longo prazo. Vale lembrar que essa influência planetária se dá ainda sob um grande ciclo de Saturno, pois 2024 é o oitavo ano de um período de 36 anos saturninos, que teve início em 2017.
Assim, ele será duplamente influenciado pelo gigante dos anéis. Aliás, pode-se dizer que saímos de um período mais emocional e sensível, já que 2023 foi regido pela Lua, para um ano no qual a capacidade de traçar metas e cumprir objetivos será testada.
É na coletividade que a influência do planeta regente do ano deve ser considerada. Esse cronograma cíclico tem raízes na Mesopotâmia, terra dos antigos caldeus. A astrologia caldaica se posiciona, assim como a astrologia ocidental, ao lado de diversas outras astrologias ー árabe, maia, chinesa, indígena, quilombola, entre outras ー como uma linguagem que visa resgatar a conexão humana com o cosmos.
Povo semita de grande influência na formação cultural da humanidade, os caldeus também influenciaram inúmeros sistemas mágicos ao longo da história. “Há até astrólogos ocidentais que não adotam essa sequência caldaica em complemento à análise dos trânsitos astrológicos. Porém, negar sua importância histórica é um erro de natureza metodológica que reflete profundo etnocentrismo”, explica Gaia.
A sequência dos planetas regentes dos anos é estabelecida com base na Estrela dos Magos. Também conhecida como Estrela Setenária, ela tem em cada uma de suas sete pontas os planetas que podem ser vistos a olho nu - Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno – além dos luminares: Sol e Lua.
Um dos astrólogos mais influentes no estudo da Astrologia Caldaica foi, sem dúvida, Walter Gorn Old, mais conhecido por Sepharial, nome que escolheu como pseudônimo com base na linguagem angelical e nos seus estudos do alfabeto enoquiano. Sepharial publicou diversos livros sobre astrologia e ocultismo, nos quais registrou as técnicas utilizadas pelos antigos caldeus para determinar regências planetárias para os ciclos de tempo. Influente autor do século XIX, ele tem um papel fundamental para que pudéssemos ter acesso a esses estudos na atualidade.
O sistema que utiliza a sequência de planetas dispostos na Estrela Setenária é especialmente importante para a determinação, para além dos anos, dos dias e dos horários planetários. Esse tipo de designação de regentes planetários é largamente utilizada, até hoje, em sistemas mágicos de escolas famosas na formação do pensamento ocultista no Ocidente, como a Sociedade Teosófica e a Ordem Hermética da Aurora Dourada.
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