A maternidade não deve ser um parâmetro para a exclusão das mulheres no ambiente corporativo
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A maternidade não deve ser um parâmetro para a exclusão das mulheres no ambiente corporativo

A maternidade é um dos momentos mais especiais e desafiadores na vida de uma mulher. No entanto, é lamentável que, em pleno século 21, muitas ainda enfrentem barreiras no ambiente corporativo simplesmente por serem mães. O preconceito persistente dentro da sociedade corporativa é evidente e preocupante, manifestando-se de várias formas, desde perguntas invasivas em entrevistas de emprego até demissões após a volta da licença maternidade.

Em entrevistas de emprego, mulheres são frequentemente confrontadas com perguntas invasivas e inadequadas sobre sua vida pessoal e familiar. Perguntas como "Como você vai equilibrar sua vida de mãe com o trabalho?" ou "Você tem certeza de que será capaz de se dedicar integralmente ao trabalho com um bebê em casa?" revelam não apenas um preconceito arraigado, mas também uma falta de compreensão das habilidades multitarefa e da determinação das mulheres.

Além desse fator que preocupa as mulheres, o pesadelo em ser desligada após a licença maternidade pendura na mente de diversas profissionais. “Passei boa parte da minha licença maternidade pensando no que eu faria se isso acontecesse. Meu chefe me mandou mensagem dizendo que eu poderia ficar tranquila que eles não me demitiriam e no dia que retornei, sequer vi a equipe, fui recebida com uma reunião da liderança com o RH, me questionando se eu estava animada para voltar e me dizendo que infelizmente eu estava sendo desligada para dar mais atenção a minha filha”, revela Rafaella Ranulfo que atualmente conseguiu se recolocar no ambiente corporativo.

Muitas empresas acreditam que o fato de ter um bebê recém nascido em casa atrapalha a dinâmica, no entanto, especialistas afirmam que mulheres que possuem filhos, são ainda mais engajadas e preocupadas com o trabalho, pois precisam garantir a segurança financeira da criança. Contudo, muitos entrevistadores e líderes não pensam dessa forma e é nesse contexto que surgem as entrevistas desafiadoras.

"Lembro - me de uma entrevista que eu amei a liderança, e quando fui receber o último feedback, me diziam que não havia passado por ser mãe. A recrutadora afirmou que amaram meu perfil, mas por eu ser mãe e ser tão nova, eu precisaria focar mais na minha filha. Ouvi um não após o outro, sem sequer me darem a chance de mostrar minhas habilidades profissionais", compartilha Rafaella.

É fundamental que a sociedade corporativa reconheça o valor das mães no mercado de trabalho e promova um ambiente inclusivo e igualitário. As mulheres não devem ser penalizadas por exercerem seu direito à maternidade. Pelo contrário, devem ser apoiadas e encorajadas a conciliarem suas vidas pessoais e profissionais de forma equilibrada.

"Ser mãe não me torna menos capaz ou comprometida com o meu trabalho. Pelo contrário, a maternidade me torna ainda mais resiliente e determinada a alcançar meus objetivos profissionais", ressalta.

Nesse mês das mulheres, a prioridade é romper com os estereótipos e preconceitos que limitam o potencial das mulheres no ambiente de trabalho. A maternidade não deve ser vista como um obstáculo, mas sim como uma experiência enriquecedora que contribui para o desenvolvimento de habilidades essenciais, como liderança, organização e resiliência. Somente quando reconhecermos e valorizarmos plenamente o papel das mães no mercado de trabalho, alcançaremos uma verdadeira igualdade de oportunidades.

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