A promoção de ambientes de trabalho saudáveis se tornou uma preocupação constante das companhias e, nesse sentido, novas normativas seguem sendo implementadas a fim de garantir, por lei, que o respeito e as boas práticas estejam presentes na rotina corporativa.
Como exemplo recente, podemos citar a nova portaria do Ministério do Trabalho, que incluiu as iniciativas de combate ao assédio como uma das novas responsabilidades da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes nas empresas (Cipa). O texto estabelece que as companhias incluam em suas normas internas todas as regras de conduta que serão aplicadas em cada tipo de ocorrência.
Pensando nas medidas que podem ser adotadas para conter essas práticas, nocivas à saúde, bem-estar e evolução profissional, avaliar a maneira como os colaboradores estabelecem sua comunicação é um dos primeiros passos. Afinal, seja em atividades rotineiras ou em momentos críticos, somos responsáveis pelo que falamos; e tão importante quanto saber o que falar, é a maneira como isso é feito.
O uso da Comunicação Não Violenta na busca de uma linguagem mais empática e assertiva.
Desenvolvida pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, a Comunicação Não
Violenta (CNV) tem como propósito estabelecer conexões harmoniosas entre as
pessoas, e é baseada nos pilares de observação, sentimento, necessidade e pedido, seja de forma verbal ou escrita. Para que ela aconteça, é essencial ouvir com interesse e atenção e ter empatia, percebendo os sentimentos da pessoa que nos dirige a palavra, para só então respondermos com calma, clareza e eficácia, longe das práticas “reativas”.
Além desses cuidados, saber controlar o tom de voz, a linguagem corporal, escolher palavras que reforcem a linguagem positiva, evitando críticas e julgamentos, são atitudes essenciais para gerar diálogos mais colaborativos.
Apesar da CNV estabelecer passos simples de serem aplicados no nosso dia a dia, é somente por meio da prática diária que essa nova forma de comunicação será absorvida em essência e estabelecida naturalmente. Buscar colaboração em vez de conflitos, compreender verdadeiramente o outro, não confrontar palavras, ser claro sobre seus desejos e necessidades, e deixar de interpretar e julgar os comportamentos alheios são algumas das premissas dessa abordagem fluida e pacífica de comunicação.
O que configura o assédio moral, quais as consequências e meios de prevenção
É considerado assédio moral toda e qualquer conduta abusiva que acontece de forma reiterada e sistemática, e que expõe o colaborador ao ridículo ou que o constrange, afetando-o mentalmente e fisicamente. Normalmente, seus efeitos mais comuns são a depressão, desmotivação, baixa produtividade, crises de ansiedade e doenças psicossomáticas, o que afeta diretamente as relações de trabalho.
Além de impactar na eficiência e eficácia das organizações, aumentando o percentual de erros e acidentes, bem como o índice de rotatividade e indenizações trabalhistas, os episódios de assédio moral podem levar o colaborador ao afastamento de suas atividades e refletir de maneira desastrosa em sua vida pessoal. Gatilhos emocionais desencadeados por esses acontecimentos podem até mesmo ser um fator impeditivo para que a pessoa continue exercendo tarefas antes consideradas corriqueiras e prazerosas em sua rotina diária. Portanto, é imprescindível que as empresas adotem práticas que desconstruam esses comportamentos.
Para prevenir o assédio moral, não basta ter um manual de boas práticas, é preciso falar abertamente sobre o assunto, esclarecendo, instruindo e capacitando os colaboradores sobre como evitar essa prática abusiva. Muitas vezes, quem pratica o assédio não se dá conta disso, da mesma maneira que quem sofre, não sabe como lidar. Por isso, é importante elucidar essas questões, evidenciar que são cabíveis de punição, assim como dar voz àquelas que vivenciam essas situações e acolhê-las para que não tenham medo de reportar os episódios de violência.
Os treinamentos de comunicação humana ajudam os profissionais a analisarem e
perceberem o tipo de comunicação que estabelecem, quais são os impactos nas
relações interpessoais, como enfrentar comportamentos desrespeitosos e desenvolver uma comunicação mais assertiva, reduzindo os conflitos e melhorando a qualidade dos relacionamentos e, consequentemente, o clima organizacional.