Não conseguir assumir as rédeas do próprio destino e manter-se focado na realização de objetivos, porque simplesmente não conseguem blindar-se de vontades e demandas alheias, algumas delas nocivas à própria realização é, muitas vezes, a principal lamentação das pessoas.
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Por ouvir isso de seus pacientes no consultório e por ela mesma já ter agido de dessa forma, a psicóloga, hipnoterapeuta e coach sistêmica, Gislene Erbs, escreveu o livro “Sim ou Não – A difícil arte de colocar-se em primeiro lugar na sua vida”, em que busca empoderar os leitores para que eles se habituem a praticar a arte de se colocarem em primeiro lugar.
Segundo Gislene, o desejo de ser valorizado pelo próximo é o que leva muitas pessoas a não conseguirem dizer “não” aos pedidos de outras pessoas, mesmo não querendo atender a determinadas demandas e sabendo que poderão ter suas prioridades afetadas negativamente. Conjecturando que o outro deixará de gostar dela, caso negue alguma solicitação, e temendo sofrer em razão disso, a pessoa obtém o resultado contrário ao desejado, ou seja, vai em direção àquilo que tanto desejava escapar: o sofrimento.
“Para algumas pessoas, o simples fato de mencionarem a palavra 'não' tem o poder de fazê-las se sentirem culpadas, mal-educadas, envergonhadas ou amedrontadas, a ponto de se perceberem como alguém desvalorizado, não digno de ser aceito e nem mesmo de ser amado”, diz a psicóloga. Mas, conforme a psicóloga, ao passar por cima de nossos desejos e prioridades, para agradar alguém, acabamos enfrentando consequências que nunca teríamos desejado viver, como, por exemplo, sentir-se com a autoestima baixa, deprimido. “Veja como isso é curioso: perdemos coisas exatamente por não conseguirmos dizer não por termos medo de perder coisas”, afirma.
O caminho para sair dessas espiral de sofrimento causada pelo péssimo hábito de priorizar a vontade alheia em detrimento da própria vontade passa, segundo Gislene, por mudanças que quebrem comportamentos de comodidade. “Sim, porque, infelizmente, nos acomodamos fazendo até mesmo as coisas que não nos fazem bem”, comenta. Para isso, conforme a especialista, é preciso muita coragem, assim como esforço, dedicação, confiança e determinação, sempre cientes de que transformações levam tempo para acontecerem de fato.
Assim, conforme a coach sistêmica, o primeiro passo da jornada de mudanças é inteirar-se sobre seus padrões de comportamento, para saber se realmente sofre do problema. Para isso, é de grande ajuda indagar-se se tem o costume de dizer “sim” quando na realidade quer dizer “não”, priorizando os outros ao invés de si mesmo, em diversas situações. “Se você costuma dizer 'sim' porque deseja ser apreciado, para evitar um confronto, para não magoar as pessoas, ou como forma de compensar as pessoas por algo que deixou de fazer, você é um forte candidato a estar engolindo muitos sapos pela vida, simplesmente por não conseguir dizer 'não” quando é necessário”, afirma.
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Para Gislene, se a pessoa se identifica com as ações descritas acima, é evidente que ela está colocando os outros como centro da própria vida e priorizando os interesses alheios em vez de dar atenção a si mesma e ao que realmente lhe interessa. E o mais incrível, reitera a coach sistêmica, é que a pessoa age desse modo em busca de saciar o desejo de ser mais valorizada pelos outros. “Só que faz isso pegando o caminho errado e deixando de ser apreciada até por si mesma”, diz.
Depois de inteirar-se sobre os próprios hábitos e costumes, confirmando que realmente prioriza pautas alheias no lugar de assuntos próprios, a psicóloga sugere que a pessoa se indague se é isso mesmo que deseja para a própria vida e se sente-se feliz, satisfeita e plena vivendo dessa maneira. Conforme Gislene, são desses questionamentos que sairão intenções, planos e estratégias para que a pessoa ajuste sua realidade, respeitando os próprios limites e vontades, decidindo e agindo de maneira mais assertiva, positiva e construtiva para viver uma vida mais plena, saudável e feliz.
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