O enredo do livro "Eu Só Quero Brincar", lançado neste mês dedicado às mulheres, alerta para a necessidade de promover a equidade de gênero desde a infância, apontando essa como uma das formas de romper com o machismo estrutural.
Entre no canal do iG Delas no Telegram e fique por dentro de todas as notícias sobre beleza, moda, comportamento, sexo e muito mais!
"Mesmo que de forma inconsciente o machismo ainda, em alguns lares, afeta o processo de educação dentro das famílias, gerando já desde a infância uma segregação e entendimento errado do que é coisa de menino e de menina", explica a autora do livro Luana Menezes que é psicóloga, especialista em psiquiatria e psicanálise com crianças e adolescentes pela UFRJ.
A partir de um texto lúdico e de fácil entendimento para as crianças, Luana conta a história de Cadu, que é repreendido pelo pai no momento em está brincando de boneca com a amiga Malu. Além de não entender a atitude grosseira do pai, o menino é obrigado a engolir o choro porque, segundo o ensinamento que recebeu, homem não chora. A mãe de Cadu é quem promove uma reflexão na família ao dialogar com seu esposo sobre o ocorrido e fazer ele perceber que está reproduzindo um padrão tóxico de educação que recebeu na infância, fruto do machismo estrutural.
"O interessante é que a mãe é o elo da família, é quem consegue perceber que todos estão sendo vítimas de uma sociedade patriarcal, onde prevalece as relações de poder e domínio do homem. Quando conseguimos quebrar isso desde a infância estamos prevenindo diversos tipos de violência contra a mulher", revela Luana.
Vanessa Trombini esteve no lançamento do livro com os filhos Nicolas e Alice Brito, de 10 e 5 anos, respectivamente.
"O livro é muito legal. Eu li e entendi que o Cesar, pai do Cadu, não deixava ele brincar com as meninas porque achava que os meninos tinham que ser fortes e sustentar a casa e a mãe cuidava dos filhos e da casa. Eu acho isso errado porque todo mundo deve fazer a sua parte dentro de casa. Mas que bom que no final eles se entendem", conta Nicolas.
Alice também deu a sua impressão sobre o livro. "Não importa se é menino ou menina você pode chorar quando quiser e brincar com o que quiser também", diz ela.
Vanessa relata que através do livro conseguiu abordar com os filhos a temática de maneira leve e explicativa. "A gente sabe que os homens foram um dia crianças e a maioria foi educado para ocupar o lugar do provedor, desprovidos de afeto, então é extremamente importante irmos desconstruindo isso para termos uma sociedade mais igualitária", ressalta a mãe das crianças, que é psicóloga.