A quimioterapia é um tratamento através de drogas injetadas na corrente sanguínea que irão combater as células cancerígenas, como efeito colateral há um ressecamento e descamação, levando à quebra de barreira de proteção, o que facilita a entrada de bactérias, causando infecções. Outro efeito colateral bastante frequente é a queda de cabelo durante o período da quimioterapia, chamado de Eflúvio Anageno, que é um processo na qual há uma perda temporária dos fios de cabelo.
Já a radioterapia, diferentemente da quimioterapia, é um tratamento localizado, onde na área tumoral são aplicadas radiações ionizantes com o efeito de levar à morte as células malignas. Como efeito colateral, em quase 100% dos casos, há uma queimadura superficial da pele com escurecimento da mesma chamada radiodermite. Também é um processo temporário podendo deixar uma mancha escura no local da aplicação.
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O dermatologista entra para auxiliar o mastologista a diminuir os efeitos deletérios do tratamento, visando que o paciente durante essa fase tenha o menor desconforto possível. “Visto que tanto a quimioterapia como a radioterapia levam a um ressecamento da pele, o paciente precisa de uma hidratação mais vigorosa, através da ingestão de 2 a 3 litros de água por dia, uma hidratação tópica através de cremes e óleos hidratantes e por último evitar que a pele desidrate mais devido a banhos quentes e demorados”, explica José Roberto Fraga Filho, dermatologista, membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Diretor Clínico da clínica Dermagynus.
Para que haja uma melhora desses efeitos, principalmente local, é necessário que exista um alto nível de hidratação. "É extremamente recomendável o uso de hidratantes para que haja uma recomposição da barreira. Esses produtos não podem ter perfumes, tóxicos ou parabenos. É necessário que aumentem bastante a hidratação dessa pele. Também são indicados substâncias calmantes, como derivados da camomila (chás e compressas). Evitar a exposição ao sol, em qualquer parte do corpo, também é extremamente importante, pois os melanócitos podem migrar para a área da mama; evitar água muito quente para não piorar o ressecamento", ressalta Ana Luiza Faria, ginecologista e sócia da Nuaá.
A empresa, em parceria com Longerie, desenvolveu uma nova espuma de limpeza íntima natural hipoalergênica indicada para pacientes em tratamento. "Em relação à parte sistêmica, os quimioterápicos podem causar ressecamento de pele, não só pelas substâncias presentes, mas também porque muitas pacientes pioram os sintomas de menopausa ou são levadas a isso mesmo quando ainda não menopausa com o uso de vários quimioterápicos. No que tange à nossa pele, o resultado é um ressecamento bastante refletido na área genital, como uma perda de lubrificação, desconforto, alteração do PH, da flora de lactobacilos, além do quimioterápico matar estes lactobacilos. Portanto, a paciente fica mais sujeita à traumas na relação sexual, fissuras, coceiras, floras alteradas corrimentos ruins, desconforto; além dessa sensação de queimação pela diminuição da lubrificação", explica a médica.
Segundo Ana Luiza Faria, é necessário sempre utilizar produtos que não tenham perfume, que tenham substâncias calmantes, como Aloe vera, camomila, hamamelis, que são substâncias calmantes para a área. "É importante ressaltar que sempre que a paciente fizer a limpeza da área, é necessário devolver a hidratação, pois já estamos falando de uma pele seca que já está mais machucada, e como essas mulheres não podem, em sua maioria, tomar hormônios, elas terão que fazer mãos de hidratantes, tanto da vulva quanto hidratantes vaginais".
Por isso, é importante que o sabonete não seja adstringente e seja sempre o sabonete que devolva. É importante que ele tire muitos resíduos para não piorar a contaminação dessa área genital, mas, ao mesmo tempo, que devolva sempre uma hidratação e esse cuidado com a área íntima e com todo o resto da pele do corpo.
O mercado já está atento às necessidades das mulheres com câncer de mama que enfrentam o ressecamento da pele e das mucosas. A Sensoriels aproveitou o Outubro Rosa para colocar no mercado o Caresense, um produto com hidratação 24 horas, com base em óleos de oliva, girassol, macadâmia e milho, além de ser hipoalergênico.
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A Doctor Clean também tem uma linha voltada para super-hidratação, chamada de Sangue de Dragão, com três produtos para corpo, e rosto (óleo, creme e sérum). O extrato de Sangue de Dragão é muito potente com ação regeneradora e cicatrizante devido à alta concentração de taspinas, antioxidante, estimula a síntese de colágeno com efeito anti-sinais e reforça a barreira de proteção da pele", explica Fabiana Tichauer, sócia da marca. "Além desse extrato, os produtos contêm em sua composição a aveia, vitaminas e outros bioativos naturais e são muito indicados para os cuidados da pele da pessoa em tratamento de câncer, uma vez que a químio e a radioterapia causam danos bastante sofridos para a pele durante o tratamento."
É importante que todo produto pensado para uma paciente oncológica seja sempre isento de qualquer substância tóxica ou duvidosa, como os parabenos e perfumes, que possam irritar a pele. É essencial que sempre tragam substâncias mais hipoalergênicas possíveis, pois a pele já está com a barreira cutânea danificada, machucada. A restauração dessa barreira será sempre muito bem-vinda com produtos que tragam regeneração, hidratação e manutenção de água.
"Hidratantes que não tenham fragrâncias, que sejam hipoalergênicos e possam restaurar, principalmente, aqueles que mantém ainda a flora com probióticos ou prebióticos, como nós temos, são essenciais para que a mulher consiga recuperar tudo o que foi perdido com as terapias, que estão ajudando a salvar a vida dela, mas também sabemos da necessidade de devolver um pouco de qualidade de vida durante e após esse tratamento", recomenda Ana Luiza Faria, sócia da Nuaá.