Natalia Dias ocupa posto de comando no mercado financeiro
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Natalia Dias ocupa posto de comando no mercado financeiro

Ela alcançou o topo da carreira em um mercado altamente masculino. Natália Dias é hoje a CEO do Standard Bank Brasil e prova de que é possível ter uma trajetória de sucesso no mercado financeiro. Muitas mulheres nem tentam diante da barreira masculina que se ergue desde o início, mas Natalia garante que é possível. Para aquelas que sonham em ingressar na área, as dicas são valiosas. Confira!

iG Delas: Como vc entrou no mercado financeiro?

Natália Dias : Foi mais por acaso, mas com forte determinação. Eu queria trabalhar em mercados mais criativos, com moda. Estamos falando da década de 90, todo mundo ia para agências de marketing e publicidade. Eu fiz uma lista de cinco empresas que admirava, e as multinacionais tinham os melhores programas de trainees. Eram 4 empresas e 1 banco. Todos faziam muito investimento na seleção. Entrei no banco e estou até hoje. Não se limite pela inclinação e gosto, você vai aprender na pratica. 

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iG Delas: Quais foram as principais barreiras para consolidar sua carreira?

Natália Dias: Tive várias, vieses do ambiente corporativo, premissas injustas, de que a mulher vai estar menos comprometida, é uma falácia. Sempre fui dedicada ao trabalho, me casei mais tarde, sempre investi no meu desenvolvimento e autonomia financeira. A mulher precisa trabalhar mais, tem de se provar o tempo todo. E há uma desigualdade de acesso. A liderança é sempre o homem hetero branco, você não vai estar em rodinhas de conversa, nem sair para fazer happy hour. Nunca precisei fazer isso, mas enfrentei a síndrome de impostora. Quando percebi que não seria a escolha natural para o cargo que tenho hoje, enfrentei e venci. 

Mulheres ainda são raras no mercado financeiro
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Mulheres ainda são raras no mercado financeiro

iG Delas: Muito se fala em empoderamento feminino. O que é empoderamento feminino pra você?

Natália Dias: Refletindo sobre esse conceito, é o ato de dar uma consciência para a mulher de seu lugar na sociedade. Históricamente, o homem saía para o trabalho e a mulher ficava em casa. Pesquisas mostram que levaremos 132 anos para atingir os homens, nas conquistas políticas, na autonomia financeira. Empoderamento feminino também é sobre meu corpo, minhas regras, sobre liberdade de falar que não quer ser mãe, passei por isso, fiz tratamento, mas quando a gente desistiu foi uma felicidade. Mas sei que estou numa situação de privilégio, que eu chamo de feminismo corporativo. Precisamos pensar enquanto sociedade, para a mulher que está na base da pirâmide. A luta é de todo mundo, é uma questão de peso na economia também. A economia feminina movimenta 28 trilhões de dólares, em 2030 40% da mão de obra vai ser feminina e chegar a 43 trilhões de dólares. 


iG Delas: Quais características uma mulher precisa ter para ser bem-sucedida em um mercado ainda tão masculino?

Natália Dias: No desenvolvimento pessoal, estudar, ter conhecimentos técnicos e soft skils, inteligência emocional. As mulheres sempre serão alvo de olhares mais críticos e vão ter de se provar mais. Mas elas não precisam imitar os homens. Empresas têm função social e precisam de uma liderança mais empática. Aquele modelo de comando e controle não serve mais. Temos de ser empreendedoras dentro de si mesmas.

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iG Delas: A gestão feminina nem sempre é bem aceita por subordinados homens. Como você agiu para conquistar a confiança do seu time?

Natália Dias : Não tive problema de ter meu tipo de gestão aceito, pude me preparar, ter capacidade técnica, dar espaço para a colaboração. Tenho dado chance a outras mulheres mais sênior, é mentira que mulher compete com mulher. 

iG Delas: Que conselhos você daria a uma jovem estudante que pretende ingressar no mercado financeiro? 

Natália Dias:  Não tem crescimento dentro da zona de conforto. Arrisque, experiencias novas,  ugar de mulheres é onde ela quiser. Não existe impedimento. Em toda profissão, 10% é talento. Vai estudar e vai conseguir. Investir do ponto de vista pessoal, dos sabotadores, fazer terapia. Quanto mais você se entende, melhor você se sai. Use as organizações, aproveite as mentorias, com mulheres mais sênior, é importante dividir os nossos conhecimento. Ser empreendedor de si mesmo. 


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