A coluna do Leo Dias, publicou mais denúncias de assédios contra Edison Castro, ex-diretor de jornalismo da Rede Amazônica, afiliada da globo em Roraima.

Ellen Ferreira denunciou o assédio sofrido para o jornalista Leo Dias
Reprodução/Instagram
Ellen Ferreira denunciou o assédio sofrido para o jornalista Leo Dias


O primeiro relato foi da jornalista Ellen Ferreira, que após denunciar Edison por assédio moral foi demitida da emissora.  Outras três jornalistas também fizeram acusações muito parecidas com a primeira, elas trabalharam com o diretor em emissoras em Tocantins e Minas Gerais, entre 2008 e 2018.

Em entrevista a Leo Dias, a repórter Maysa Teixeira conta que trabalhou com o Edison Castro quando entrou na TV Anhanguera, afiliada da Globo no Tocantins, logo após se formar em jornalismo, em 2017.


Ela conta que escutava o diretor chamando outras repórteres de “gordas e mal vestidas” além de dar encima de funcionárias frequentemente e que ela já foi ameaçada. “Ele gritou na frente de todos que os meus dias lá estavam contados”, conta.

Maysa relata que apesar dos abusos constantes, tinha medo de sofrer algum tipo de retaliação se denunciasse.  “Ninguém queria se arriscar a ficar queimado pelo todo poderoso da afiliada da Globo”.

Edison a demitiu, em 2018 e alguns meses depois, ele também foi demitido da emissora.

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A outra repórter que denunciou os assédios sofridos foi Savick Brenna, também da TV Anhanguera. Ela conta que logo no começo percebeu que ele a tratava diferente dos demais colegas de trabalho e que era comum que ele a repreendesse por ele durante as reuniões de pauta da emissora, na frente das outras pessoas.

 “Eu ouvia comentários dele em relação ao peso das pessoas, e como eu sou gordinha, percebi que esse era o problema. Ele me olhava com desprezo”.

Savick sofreu danos emocionais após os assédios morais praticados por Edison na redação; “Eu ia trabalhar aterrorizada. Já não tinha mais disposição e alegria para ir trabalhar. Fiquei muito mal com isso. Mas nunca cheguei a enfrentá-lo por medo”.

Antes de trabalhar em Tocantins, Edison trabalhava na Record Minas. A repórter Shirley Barroso, que trabalhou com o editor em 2008, conta em entrevista que ela e toda a equipe também eram tratados com muito desrespeito.

"Demos uma festa quando ele foi demitido"

 “Uma vez, ele chamou uma repórter na sala dele e ofereceu sibutramina [medicamento para tratar a obesidade] para ela. Em outro caso, durante a cobertura do sequestro da Eloá, em São Paulo, o Edison tomou a transmissão de uma repórter e passou a fazer a narração dando informações inverídicas. Ficamos horrorizados, mas ele era o chefe”, relata sobre os abusos.

Quando Edison foi afastado da filial da Record após denúncias feitas, Shiley conta que até uma festa foi feita para comemorar a saída dele.

“Fizemos uma festa para comemorar a saída dele. Não entendo como ele ainda consegue se manter no jornalismo com tamanha prepotência e arrogância”, encerra.

Resposta de Edison Castro

Edison Castro deu uma entrevista ao UOL, dizendo que todas as acusações são falsas.

"Eu tenho 30 anos de profissão, sempre pautados por muita retidão, por muita ética. Então, para mim, está sendo muito complicado ter que vivenciar esse linchamento público", afirmou Castro ao UOL. Ele nega que tenha assediado Ellen, tanto moral quanto sexualmente. O que é assédio moral? É cobrar para ser equilibrado, para fazer jornalismo ponderado? Isso não é assédio moral. Eu, todo o tempo, elogiava os jornais. Quando não iam bem, eu criticava, mas coisas normais de uma redação.”

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