Com as redes sociais em alta, todo mundo sempre tem uma opinião para emitir. É claro, porém, que os comentários nem sempre são bem-vindos. Geisy Arruda , que ficou conhecida após sofrer assédio em uma universidade, afirma que está cansada de lidar com algumas opiniões de seguidores, principalmente quando o conteúdo desses posts reflete a chamada pressão estética.

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Geisy Arruda diz que vai começar a evitar alguns posts por causa das críticas de seus seguidores e pressão estética
Reprodução/Facebook
Geisy Arruda diz que vai começar a evitar alguns posts por causa das críticas de seus seguidores e pressão estética


Recentemente, no Instagram, ela deixou claro que deseja dar um basta na situação e causou um burburinho na rede social. A atitude dela, no entanto, foi apoiada por uma psicóloga, que afirma que a pressão estética pode, sim, causar danos à vida das pessoas. “Alguns estudos demonstram que transtornos alimentares, depressão, ansiedade, crises de pânico e TOC podem ser desenvolvidos por conta disso”, explica Camila Reis.

Geisy é só uma das mulheres que sofrem com a pressão estética, mas sua atitude pode servir de exemplo para outras pessoas que passam pela mesma situação. De acordo com a psicóloga, a cobrança está cada vez maior para mulheres, mas homens também têm sofrido com esses padrões. Isso indica que o problema é de todos e é importante nos posicionarmos diante das exigências, pois as pessoas não têm o direito de mandar no corpo uma das outras.


Em conversa com o Delas , Geisy explica que recebe mensagens inconvenientes há muito tempo e por isso “explodiu” na internet. “Eu sou assim, cheia de defeitos e sem muita paciência. Quer musa fitness que prega o ‘ corpo perfeito ’? Vai seguir outra pessoa”, disparou na rede social. Agora, com a cabeça fria, ela afirma que esse assunto precisa ser discutido com seriedade e garante que celebridades e influenciadores têm um papel importante nisso.

“A gente sempre vê artistas magras nas novelas, poucas são as que encaram o fato de estar acima do peso como algo normal. Eu, sinceramente, já tentei não me importar com a pressão estética, e é muito difícil porque você perde serviço e convites para trabalhos. Tudo fica limitado e muito complicado”, lamenta. Para não perder espaço no mercado publicitário, inclusive, a ex-participante do reality “A Fazenda” conta que criou uma estratégia.

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“Quando eu tenho algum trabalho, como um ensaio sensual de lingerie ou algo que me peça um ‘shape’ mais sequinho, faço uma dieta rápida. Mas nada tão radical, que me deixe de mau humor, que me impeça de sair com os meus amigos ou que me faça ter de ir três vezes por dia na academia”, revela.


O ideal, no entanto, seria a moça não precisar desse esforço para garantir os “jobs”, já que a representatividade é importante em qualquer área de atuação. Nas mensagens de seus próprios seguidores, porém, ela vê o quanto a pressão estética mexe com a sociedade. "Eu perco até a vontade de comer. Quando peço um hambúrguer ou posto que vou fazer um bolo em casa, as pessoas comentam como se eu estivesse cometendo um crime", desabafa. 

Por conta disso, a psicóloga Camila defende o uso moderado da web. “A televisão deveria dar espaço para outros perfis. Existem pesquisas que também apontam o Instagram como a rede social mais nociva, porque passa essa impressão de que é preciso estar dentro do padrão para ser feliz, mas na verdade isso não tem relação e só faz as pessoas sofrerem”, explica.

Pressão estética presente desde a adolescência

No passado, Geisy Arruda conta que, embora fosse menor a proporção, já lidava com essa pressão estética e chegou a arriscar sua vida fazendo dietas malucas. “Fiz inúmeras, desde a adolescência. Já fiz a dieta da sopa, da lua, do alface, de ficar 48 horas sem comer até quase desmaiar. Todas as dietas malucas e improváveis, eu já fiz. E não recomendo”, confessa.

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Hoje, a influenciadora faz acompanhamento médico com um nutrólogo e um endocrinologista regularmente. Além disso, faz questão de realizar um check-up pelo menos duas vezes por ano, mas conta que não abre mão de comer algo apetitoso por causa disso.

“Principalmente quando viajo. Nas viagens, eu me permito conhecer a culinária do país e, quando eu volto para o Brasil, gosto de regularizar a minha rotina para comer o que faz bem para o meu corpo porque o que importa é ter saúde e ser uma pessoa saudável”, explica.


A maioria das pessoas que critica os posts de Geisy em restaurantes é do sexo feminino, e a moça acredita que, muitas vezes, quem pratica essas atitudes que refletem a pressão estética não tem uma intenção ruim, mas precisa entender que é deselegante e que ela não tem a obrigação de concordar com os seguidores em tudo. “As pessoas não compreendem que a gente pode viver, ser feliz e saudável tendo o prazer de comer uma coisa ou outra.”

A solução para a pressão estética está em você

Para a especialista Camila Reis, a melhor maneira de lidar com essa pressão estética é desenvolver o autoconhecimento, que é muito trabalhado em sessões de terapia. O remédio, segundo ela, está dentro do paciente mesmo, mas não existe uma receita: cada um encontra o seu caminho, de acordo com suas crenças e experiências.

“A psicologia trabalha muito essa autoconfiança. Quando a pessoa sabe o que quer, ela se preocupa menos com o que falam. Quando a gente sabe o que quer e o que nos define, a gente não deixa as pessoas nos definirem. Com muita opinião, as pessoas estão esquecendo quem elas realmente são, por isso a terapia é tão indicada”, defende. 

Outro aspecto que Camila lembra é que os padrões estabelecidos pela sociedade mudam constantemente, e isso mostra que não existem regras para a beleza.  "Se pegarmos os livros de história, a gente vê que as mulheres mais gordinhas é que estavam dentro do padrão. O que se esperava era que a mulher tivesse carne, depois que veio a questão da magreza", destaca. 

Atualmente, segundo a psicóloga, ser magro já não é o suficiente, e daqui alguns anos, tudo pode mudar de novo. "O padrão, agora, é ser fitness. Tem que ser magro, mas 'musculosinho' e com o bumbum durinho. É por isso que muitos homens também estão sentindo o peso da pressão estética e desenvolvendo bulimia e anorexia", explica.


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Geisy, que sente o peso da cobrança na pele, também acredita que não dá para dizer o que cada um pode fazer para evitar esses conflitos, mas imagina que a segurança e o amor próprio podem ajudar as pessoas a lidarem melhor com a pressão estética . “A primeira coisa é amar o seu corpo e não fazer coisas absurdas para ficar como as artistas. A mulher da novela tem o corpo dela, e você tem o seu. A gente tem de ver a comida como algo bom, e não comer por impulso ou por tristeza”, aconselha.

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