A estudante americana Emma O’Mahoney, de 19 anos de idade, começou a usar maquiagem aos 12 anos. O principal motivo era que ela queria esconder as espinhas que tinha no rosto, já que outras crianças faziam piada sobre ela ter acne.  Ela se sentiu tão pressionada a "se parecer bonita" que começou a tentar de tudo para ter a "pele perfeita".  

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Emma O'Mahoney parou de usar maquiagem para cobrir a acne no rosto e passou a aceitar a beleza natural da pele
Reprodução/Instagram/emmamyhoney
Emma O'Mahoney parou de usar maquiagem para cobrir a acne no rosto e passou a aceitar a beleza natural da pele


"Minha primeira espinha apareceu na quinta série. Meu amigo anunciou isso para toda a sala de aula. Então, quando a acne começou a realmente aparecer, minha auto-estima estava baixa e eu queria fazer de tudo para me livrar dela. Eu passava horas pesquisando sobre remédios naturais", diz Emma ao portal "Media Drum World". 

"Uma vez, eu li que esfregar alho puro nas áreas afetadas poderia ajudar a me livrar das espinhas. Então eu pensei: 'se esfregar é bom, colocar alho em cima deve ser melhor!'", conta. "O alho literalmente queimou a minha pele , então eu fiquei com uma ferida nas minhas espinhas já doloridas." 

Aos 17 anos, Emma chegou a tomar três medicamentos diferentes, e um desses remédios a fez perder parte da visão. "Quando fui diagnosticada no pronto-socorro, os médicos afirmaram que eu estava há um dia de ficar completamente cega. Eu fiquei calma quando me contaram, mas às vezes fico frustrada porque minha visão me impede de fazer coisas normais. Não posso ler um texto, dirigir ou andar na rua durante a noite sem uma lanterna, e é tudo por causa do remédio que eu tomava para me fazer parecer 'bonita'", desabafa. 

Foi a consequência da medicação que fez com que a jovem mudasse a perspectiva sobre ter espinhas. Porém, ela afirma que foi um processo. "Nada foi automático. Eu estava no hospital, a base de remédios, com cirurgia marcada e a única coisa que eu estava realmente preocupada era com a minha pele."

“Eu estava com a pele 'limpa' pela primeira vez em cinco anos e não queria voltar atrás. Para ser honesta, eu estava mais brava com as minhas espinhas aparecendo do que comigo perdendo a visão. Tudo o que eu conseguia pensar era: 'Ótimo! Agora, além de ficar cega, vou ter de lidar com acne de novo'. "Essa raiva se manteve até eu começar a publicar sobre isso [nas redes] e aceitar minha pele como ela é." 

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Compartilhando sobre a acne 

Depois de tentar fazer com que a acne sumisse, Emma decidiu aceitá-la e encorajar outras pessoas a fazer o mesmo
Reprodução/Instagram/emmamyhoney
Depois de tentar fazer com que a acne sumisse, Emma decidiu aceitá-la e encorajar outras pessoas a fazer o mesmo


Emma conta que, primeiro, ela decidiu contar a própria história como uma forma de fingir que ela tinha auto-estima elevada. "Eu odiava tanto a minha pele que comecei a me odiar também", comenta. Depois, ela realmente mudou a forma com que enxergava as coisas e, principalmente, como via a própria beleza. 

"Eu trabalhava muito com crianças pequenas e, na época, minhas espinhas sempre viraram tópico de conversa, simplesmente porque crianças não sabem como esse assunto pode ser delicado. Elas me perguntavam se era contagioso e diziam coisas horríveis só porque achavam engraçado", diz. "Comecei a perceber então que a maioria daquelas crianças só tinha sido expostas à comentários negativos sobre espinhas."

"Eu queria mudar a narrativa que diz que as pessoas automaticamente são feias se tem espinhas. Eu só queria viver em um mundo onde eu não sou considerada feita porque tenho manchas vermelhas cobrindo meu rosto". Por conta disso, Emma decidiu se esforçar para ajudar outras pessoas a se sentirem confiantes para além da aparência. 

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Assim, ela não só começou a compartilhar sua rotina nas redes sociais, mas ainda deixou a maquiagem de lado. "Meu amigo Joey tem espinhas também e consegue entender as minhas inseguranças. Começamos a falar sobre isso, rir dos tratamentos que falharam e publicar fotos. Logo, minha acne não parecia um problema tão grande", conta. "Meu namorado também me ajudou, falando sempre como isso não mudava nos sentimentos dele por mim." 

"Comecei a perceber que as pessoas que importavam não iam me julgar pela minha pele. Acne é péssimo, mas é normal e não vale sua auto-estima. A vida é curta, você realmente quer passar seu tempo ficando obcecada com a sua pele? É clichê, mas a beleza que importa é a de dentro. Espinhas não te fazem ficar feia, te tornam humana", completa. 

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