Colunista do portal iG, Heitor Werneck fala sobre o prazer da submissão

Ser submisso no sexo (ou submissa, claro) não tem nada a ver com anular a própria identidade ou se desvalorizar perante o parceiro. Na verdade, submissão sexual é um fetiche que enlouquece de desejo algumas pessoas.

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Submissão é um jogo que começa na vida e termina no quarto, no curral, no carro
Acervo pessoal
Submissão é um jogo que começa na vida e termina no quarto, no curral, no carro

Quem é submisso de verdade reconhece a hora de se render e sabe dizer os limites. Quando estamos falando de submissão como forma de fetiche, estamos falando de uma postura que alguém adota porque sente prazer assim. E a submissão se manifesta como um estilo de vida, que engloba educação, respeito e etiqueta.

Você pode ser submisso e não ser masoquista. Você pode ser pet (pessoa que curte ser o “bichinho de estimação do parceiro”, usando, por exemplo, uma coleira para ser puxado de um lado para outro) e não ser submisso. Pode ser ativo na vida e submisso na cama. Pode ser ativo na cama e ser submisso.

A submissão é um jogo que começa na vida e termina no quarto, no curral, no carro. Um submisso é um submisso e pronto! É nessa condição, escolhida por ele livremente, que ele se realiza e vive plenamente seu desejo, sua luxúria.

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Ele atende, ele é educado e ele respeita.  Ele não precisa de verborragia de senhor, de mestre e de rei. Ele age como alguém que gosta de comando. E isso não é vergonhoso. Tem pessoas que sabem ser comandadas e são maravilhosamente perfeitas nessas condições. O difícil é saber fazer. E fazer de verdade, e não apenas para se mostrar e conseguir atenção ou afeto, ou lugar no grupo de WhatsApp ou nas salas de BDSM (essas quatro letrinhas significam bondage, dominação, submissão e masoquismo). Carregar a coleira de alguém é mais forte que um namoro: é um sinal de respeito e de dedicação, e de glória para a pessoa que tem o nome estampado na coleira.

A submissão é uma grande entrega.  É um termo de responsabilidade. Eu até hoje me sinto feliz quando vejo espontaneamente um ser submisso arrumando meu armário, lavando minhas roupas, me cuidando, pegando o carro e abrindo a porta, deitando-se aos meus pés sem eu ter que comandar. É tremendamente excitante ver uma pessoa que se entrega para ser dominada. Sem eu ter que que mandar. Ou ela se ajoelhando e agradecendo. É delicioso quando estou sentado e de repente aparece meu suco, minha água. Sem que eu precise pedir!

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E o mais lindo: quando estou com problemas, essa vai ser a primeira pessoa que sei que me apoiará. Será essa criatura! E a certeza de que o primeiro pensamento dessa pessoa será sempre minha imagem.... E isso, senhoras e senhores, isso é a submissão! Um ato de entrega e confiança. Um ato que valoriza as relações. E não um status. O submisso é um ser que sabe ser... Simples assim!


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