Nesta sexta (31) é o “Dia Mundial sem Tabaco”, criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre os sérios riscos relacionados ao tabagismo. Quase quatro décadas depois dessa iniciativa, o cenário ainda é alarmante.
Dados do IPC Maps, especializado em potencial de consumo, apontam que até o final deste ano, os brasileiros gastarão cerca de R$ 29 bilhões com produtos derivados ou relacionados ao tabaco. Segundo Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, esse valor representa uma alta de 9% em relação às despesas do ano passado, quando o setor movimentou R$ 26,5 bilhões. “Infelizmente, isso é um sintoma de que o vício e o prazer superam qualquer adversidade”, considera Pazzini.
Neste cálculo, são levadas em conta as despesas com cigarros, charutos, fumo para cachimbo, fumo para cigarros e outros artigos para fumantes, como fósforos, isqueiros etc.
Além desses gastos, o cigarro também traz prejuízos para a beleza de quem fuma. Segundo o dermatologista Amilton Macedo, os malefícios do cigarro não são poucos. "O primeiro deles é o envelhecimento prematuro da pele, porque quando o paciente fuma, as substâncias presentes no cigarro vão liberar radicais livres, e esses radicais livres vão danificar diretamente as fibras de colágeno e as fibras elásticas. Consequentemente, vai dar maior flacidez e o envelhecimento mais importante é a pele", explica.
Outra consequência muito séria do cigarro, segundo o médico, é que ele reduz o fluxo sanguíneo na pele, porque a nicotina que tem no cigarro faz vasoconstricção, então diminui o aporte, tanto de oxigênio como de nutrientes para a pele. "Além de agravar o envelhecimento, ainda há redução do fluxo sanguíneo para a pele", reforça Macedo.
Outro risco é o aumento de algumas doenças, como principalmente a psoríase. "Pacientes que fumam e que tem psoríase, a doença fica de difícil controle e também aumenta o risco de câncer de pele. O cigarro também leva uma dificuldade na cicatrização, por isso que o paciente precisa reduzir o cigarro um tempo antes de submeter a uma cirurgia, porque ele diminui o fluxo sanguíneo, diminui a produção de colágeno, então isso dificulta o processo de cicatrização também", alerta o dermatologista.
Fernanda Nichelle, médica especialista em estética e saúde da pele, diz que além dos diversos outros malefícios que o cigarro traz para a saúde, ele também é uma das causas do envelhecimento precoce.
"A nicotina, princípio ativo do tabaco, aumenta a produção de radicais livres, moléculas instáveis que agridem a pele e aceleram o seu envelhecimento, atrapalhando o funcionamento natural da mesma. Ocorre uma aceleração da perda do colágeno, ocasionando o surgimento de rugas e linhas de expressão, e manchas que tornam o tom da pele irregular, levemente acinzentado e opaco, além de poros mais dilatados. A pele do corpo todo é atingida, no entanto, nossa percepção é maior na face por ela estar mais exposta", explica.
O primeiro passo para evitar ou tratar esses danos na pele é parar de fumar. "Em seguida, é possível realizar alguns tratamentos para tentar a melhor recuperação possível, que incluem uso de laser, peeling, estímulos de colágeno, entre outros.
Outro ponto importante é que, além de todas essas questões, o cigarro também é um fator de risco para alguns tipos de câncer de pele, porque causa mutações no DNA celular", avisa Fernanda.
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