Quando o assunto é protetor solar no dia a dia, quem tem o hábito costuma aplicar no rosto pela manhã, no máximo, rosto e pescoço. O tempo mais quente é um lembrete a mais, assim, algumas pessoas acabam usando, mesmo que ainda não tenham incorporado o costume na rotina. No entanto, mesmo em quem já usa o protetor solar todos os dias, geralmente se esquece de aplicar em algumas regiões, e o que parece ser inofensivo, pode cobrar um alto preço mais tarde.
A exposição prolongada ao sol é o principal fator de envelhecimento da pele, até mais influente que o passar dos anos, e essas regiões esquecidas são mais sujeitas inclusive a doenças, conforme explica o médico dermatologista Lucas Miranda , membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e especialista em tratar sinais de envelhecimento.
“Grande parte dos casos de câncer de pele se desenvolvem no dorso das mãos, uma região que fica muito exposta no dia a dia, mas que as pessoas em geral se esquecem de proteger”. Conforme explica o dermatologista, também tendem a ser esquecidas regiões como orelhas, pescoço, braços e pernas, acontece que, no caso de orelhas, pescoço e dorso das mãos, por exemplo, os efeitos da exposição prolongada ao sol costumam ser mais visíveis com o tempo.
“Não é necessário usar protetor solar nas regiões que estão cobertas de roupa. Braços e pernas, em algumas ocasiões, ficam vestidos, já essas regiões, orelhas, dorso das mãos e pescoço, em geral, ficam expostas o tempo inteiro, ou seja, recebem mais radiação solar ao longo do tempo e, sendo assim, sofrem mais com seus efeitos em longo prazo”.
Não à toa, muitas mulheres sentem-se incomodadas com a aparência das mãos, pescoço e colo com o passar dos anos, a radiação solar favorece o aparecimento de rugas, manchas e flacidez precocemente. O mesmo vale para a região das pálpebras, conforme explica o médico oftalmologista Tiago César Pereira Ferreira . “As pálpebras são revestidas por uma pele muito fina e muito sensível, sofrendo muito com a exposição prolongada aos raios ultravioleta. Isso pode gerar um afrouxamento dos tecidos, com a formação precoce da dermatocálase, que é o excesso de pele na região das pálpebras com o aspecto de envelhecimento dessa pele, podendo inclusive prejudicar a visão, o que acaba gerando uma indicação cirúrgica para correção”.
Protetor solar nas pálpebras pode ser incômodo quando mal aplicado, já que pode escorrer para dentro dos olhos, causando ardência. Para evitar isso, o oftalmologista Tiago César recomenda o uso de produtos menos fluidos, mais pastosos, como o protetor solar em bastão, além de lembrar de usar o óculos de sol, que também vai ajudar na proteção da pele da região.
“Antigamente era comum as pessoas exporem o rosto diretamente à luz solar e até tirarem os óculos para tomar sol e não ficar com a marca no rosto, mas hoje já sabemos o quanto isso é nocivo. Inclusive, é muito importante escolher óculos escuros que tenham proteção UVA e UVB e, para isso, a recomendação é procurar produtos em óticas e que tenham selo de garantia. Evitar vendedores ambulantes e lojas conhecidas pela venda de produtos piratas”, recomenda ele.
Outro alerta em relação à exposição da região dos olhos ao sol, é o favorecimento da hiperpigmentação. “Quem já tem tendência a ter olheiras pigmentadas, vai favorecer que elas fiquem ainda mais escuras, já que o contato com a luz solar vai favorecer a produção de melanina na região”. O oftalmologista atenta ainda para as chances aumentadas de desenvolvimento de doenças oculares. “Além do maior risco de câncer de pele, a exposição prolongada dos olhos ao sol aumenta as chances de desenvolver catarata, pterígio, câncer de pele nas pálpebras e lesões na retina (degenerações)”.
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