Os últimos dados da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) mostram que a cirurgia plástica mais realizada no mundo é a de lipoaspiração, que superou os procedimentos de aumento de seios. Foram mais de 1,9 milhão de procedimentos realizados em 2021 nas mais variadas técnicas de lipoaspiração – e acredite, são muitas.
“Em suma, a lipoaspiração remove o excesso de gordura localizada, visando melhorar o contorno corporal. Este procedimento é realizado através de um instrumento chamado de cânula, que é ligada a um aparelho de sucção para que ocorra a aspiração da gordura. No entanto, a técnica pode ser feita de diversos modos”, sintetiza o cirurgião plástico Tácito Ferreira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e especialista em técnicas corporais avançadas pela Instituição Body Countouring Academy & Faculdade de Medicina de Santos. “E com a adição de recentes técnicas, podemos ressaltar os músculos corporais, deixando o porte mais atlético, e até hipertrofia-los”, acrescenta.
O procedimento, que pode ser realizado em diversas partes do corpo, sendo mais comum no abdômen, flancos, pernas e braços, é ideal para as pessoas que têm excesso de gordura localizada e pouca flacidez de pele em áreas específicas do corpo. “A cirurgia é feita em ambiente hospitalar e sob associação de anestesia peridural e geral ou, em alguns casos, anestesia local”, diz. O paciente volta para a casa na manhã seguinte, no geral. Abaixo, ele explica os diferentes métodos utilizados:
Lipoaspiração assistida por sucção: Também conhecida como lipoaspiração a seco, essa é a técnica padrão, sendo realizada através de uma cânula que, conectada a um dispositivo de vácuo, é inserida na área a ser tratada onde é movida para frente e para trás para quebrar os depósitos de gordura e removê-los por meio de sucção. “Geralmente, a lipoaspiração a seco é recomendada para a remoção de pequenas quantidades de gordura, no máximo 100ml, pois, caso haja necessidade da retirada de quantidades maiores da substância, pode ocorrer perda significativa de sangue”, afirma o cirurgião.
Lipoaspiração tumescente: Tácito destaca que a lipoaspiração tumescente é qualquer técnica que conta com a injeção prévia de uma solução contendo soro e medicamentos no local a ser tratado para facilitar a retirada da gordura. “A ideia de aplicar o soro e medicamentos é a de romper e afrouxar os depósitos de gordura, tornando sua remoção menos agressiva e mais rápida, além de poder ser combinado com substâncias vasoconstritoras para diminuir o sangramento e estabilizar a coagulação, sendo assim ideal para a remoção de maiores quantidades de gordura”, destaca o especialista.
Lipoaspiração a laser: A lipoaspiração a laser é feita com o auxílio de uma fibra que aquece a gordura e a pele antes da realização da aspiração tradicional com a cânula ou após esta. “Utilizamos o laser de diodo, que promove o derretimento da gordura facilitando sua retirada, além de diminuir o sangramento”, afirma o cirurgião plástico. Como o laser aquece a pele, há retração e diminuição da flacidez. “O laser é passado tanto na região da gordura profunda quanto na superficial, logo abaixo da pele”, completa. Com relação à indicação, os pacientes com a saúde em dia e com gordura localizada na região de braços, face interna das coxas, joelhos, abdômen e costas são os principais candidatos à técnica.
Lipoaspiração ultrassônica : “A lipoaspiração ultrassônica tem basicamente os mesmos princípios da lipoaspiração a laser. O principal diferencial é que, no lugar do laser, a ponta da cânula libera ondas de ultrassom, que promovem também a destruição das células de gordura antes de aspirá-las, facilitando sua remoção, porém não exerce efeito sobre a retração de pele.”
Vibrolipoaspiração : Feita por meio de uma cânula que vibra rapidamente, realizando movimentos de vai e vem, para facilitar sua penetração e a retirada da gordura, gera mais conforto para o médico, já que diminui o esforço necessário para movimentar a cânula, e é ideal para pacientes que já passaram por uma lipoaspiração anteriormente, já que, após o procedimento, o corpo tende a formar áreas de fibrose que dificultam a remoção da gordura, segundo o médico, facilitando a remoção da gordura que está em meio às fibroses das lipoaspirações prévias, gerando menos trauma cirúrgico e promovendo uma cirurgia com menos chance de lesões.
Lipo HD (High Definition) e Lipo LAD: Avanço da técnica convencional de lipoaspiração, a técnica High Definition está muito em voga entre os cirurgiões e também é baseada na sucção dos depósitos de gordura, mas reforça áreas que escondem a definição muscular. “A técnica é indicada para deixar o corpo mais desenhado, revelar os “six packs” (os seis músculos que compõem os gominhos do abdômen) e os músculos mais aparentes. Mas o procedimento pode ser feito em todas as outras regiões, como costas, flancos, braços e pernas”, argumenta o Dr. Tácito. Embora as pessoas confundam, o mesmo procedimento é chamado de Lipo HD. “HD é high definition e LAD é lipoaspiração de alta definição. É o mesmo conceito, a mesma técnica, só traduzida para o português”, diz Tácito.
Lipo uGraft: É uma técnica de lipoaspiração que aproveita a gordura retirada para injetá-la no interior do tecido muscular, promovendo uma hipertrofia (aumento) do músculo. “Com isso, redesenhamos o abdômen para um porte mais atlético”, diz Tácito. “A técnica é mais completa, pois além de aspirar a gordura que visualmente impede a definição do tanquinho, ainda promove a hipertrofia do músculo por meio do enxerto de gordura que é rico em células-tronco”, completa. “A técnica UGraft complementa e aperfeiçoa a técnica de alta definição; até mesmo os pacientes que não têm uma musculatura muito desenvolvida, agora, conseguem um resultado estético mais natural”, explica o médico.
O médico ressalta, no entanto, que as técnicas não tem relação com o que ficou conhecido como lipoenzimática. “Identificada erroneamente com a lipoaspiração, essa técnica não é cirúrgica, tem resultados modestos e consiste na injeção de fármacos para diminuir a gordura localizada. Fosfatidilcolina e ácido desoxicólico são as principais substâncias injetadas, mas faltam evidências científicas fortes que comprovem a segurança e eficácia da técnica. O que sabemos é que há risco de formação de nódulos de fibrose, deformidades na região aplicada (grandes depressões, retrações de pele) e lesão de nervos”, finaliza o especialista.
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