No inverno, exposição da pele ao sol costuma ser menor, o que favorece tratamentos
Redação EdiCase
No inverno, exposição da pele ao sol costuma ser menor, o que favorece tratamentos

Embora o envelhecimento da pele seja um processo natural, diversos fatores como sono insuficiente, baixa hidratação e tabagismo aceleram essas mudanças, provocando o aparecimento mais cedo de manchas, rugas e outras linhas de expressão. Para alguns, carregar essas marcas no rosto pode não ser um incômodo, mas há também quem opte por procedimentos estéticos que, de forma simples, conseguem amenizar os sinais que surgem com o tempo.

Para esse grupo, a coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro (SBD - RJ), Patrícia Ormiga, explica que a época mais fria do inverno é um bom momento para a realização de determinadas técnicas que ainda demandam uma não exposição ao sol durante a recuperação.

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— Existem procedimentos tradicionais excelentes que são melhor realizados no inverno porque o paciente não pode estar bronzeado e não pode pegar sol depois da intervenção, como o peeling e outros que agem nas camadas mais externas da pele — afirma a dermatologista.

Ela destaca, no entanto, que as técnicas têm avançado muito nos últimos anos e muitas já não contam com esse requisito. Além disso, a dermatologista Ana Carolina Sumam, membro especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que a melhor estratégia depende de uma série de fatores, como o efeito desejado e em qual parte do processo de envelhecimento do órgão ela vai atuar.

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— Isso porque o envelhecimento da pele envolve uma série de processos biológicos. Nós temos a perda óssea da face, assim como em outros ossos do corpo; a perda de bolsas de gordura que promovem sustentação facial durante a juventude e as alterações na pele, como rugas de expressão e manchas, que são decorrentes da perda de colágeno com o tempo — diz a especialista.

O GLOBO ouviu quatro dermatologistas que listaram as 7 técnicas simples mais indicadas para o rejuvenescimento da pele do rosto. A seguir, os procedimentos escolhidos, como cada um funciona e qual o resultado esperado:

Lasers

Como funciona:  O laser é um dos procedimentos em que é preciso evitar a exposição ao sol nos dias seguintes. Isso porque a técnica atua na camada externa da pele e pode provocar sensação de ardência e ressecamento após o procedimento. Trata-se de um feixe de luz que mira um alvo na pele e altera a sua composição. Esse alvo pode ser a própria melanina, no caso de clareamento de manchas, ou pontos de estimulação de colágeno, por exemplo.

Resultado:  O dermatologista Abdo Salomão Jr., da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que há uma ampla variedade de objetivos para os quais o laser será utilizado, que varia de acordo com cada modalidade:
— Ele é aplicado para tratar estrias, cicatrizes, melanomas, manchas, entre muitas outras imperfeições. Os modelos mais novos são feitos em uma única sessão, e a pessoa vai para a casa no mesmo dia. No dia seguinte, pode trabalhar normalmente, seguindo os cuidados — explica o especialista.

Peelings

Como funciona:  O nome peeling vem do inglês “descamar”, que é basicamente o que a técnica faz com a pele para estimular a sua renovação. Para isso, podem ser utilizados procedimentos chamados de físicos, quando ocorre a esfoliação da camada mais superficial da pele, ou químico, quando são utilizadas substâncias como ácidos para promover o resultado.

— O inverno é uma estação favorável à realização de peelings, uma vez que o frio evita a dilatação dos vasos, o que faz com que os procedimentos fiquem menos inchados. Eles podem ser feitos com diferentes ativos e em diferentes concentrações, de acordo com o tipo de pele e queixas a serem tratadas — explica Natasha Crepaldi, professora de dermatologia da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Resultado:  Após a pele ser descascada, retirando as células mortas, o corpo é estimulado a renovar a região produzindo novas células. A técnica costuma ser indicada para atenuar manchas, marcas de expressão, de espinhas e de acnes na pele, problemas relacionados à camada mais superficial. Ela envolve uma única ida ao dermatologista, mas pode ser repetida mediante indicação médica.
Uma modalidade antiga de peeling, mas que tem repercutido recentemente, é a que utiliza a substância fenol para a descamação. É um produto mais agressivo que, por apresentar diversos riscos e apenas ser realizada em hospitais, tem caído em desuso.

— É uma queimadura programada, em que você remove toda a epiderme e uma parte da derme. Os resultados são brilhantes, mas é um procedimento que está em desuso. Ele é muito sofrido, há riscos altos para cicatrizes e manchas, a pessoas permanece de dois a três meses com o rosto vermelho, um mês sem sair de casa e uma semana sem nem abrir os olhos. Então, a despeito dos resultados, praticamente não se faz mais, e a procura é muito baixa — explica Salomão Jr.

Microagulhamento e eletroderme

Como funciona:  O microagulhamento é uma técnica que utiliza uma série de agulhas minúsculas que são inseridas na pele para induzir pontos de produção de colágeno. É comum o uso de um creme anestésico antes do procedimento, que também é feito em sessão única. Há ainda a eletroderme, muito utilizada hoje, que é uma nova versão do método. Nela, as agulhas são conectadas a uma máquina e suas pontas emitem uma radiofrequência para intensificar o efeito.

Resultado:  Pela estimulação do colágeno, que é uma proteína cuja produção de forma natural é reduzida com o tempo, o microagulhamento atua na redução da flacidez e devolve a firmeza à pele.

Preenchimento com ácido hialurônico

Como funciona:  Preenchimento é a utilização de substâncias sintéticas para remodelar vincos na pele, como rugas, e dar volume a pontos específicos, que podem ser deformados pela perda óssea. A grande maioria é feita com substâncias à base do ácido hialurônico, que é a única que tem segurança e eficácia consideradas unânimes. Salomão Jr. explica que existem outras substâncias, mas que não são aprovadas por todos os países, pois muitas são feitas à base de petróleo e podem levar à rejeição do corpo mesmo a longo prazo.

Resultado:  As possibilidades são muitas a depender do local em que o preenchimento é realizado. Costuma ser muito utilizado para corrigir perdas de volume e deformações no relevo da pele, como rugas ou olheiras muito acentuadas. São feitos em uma sessão e os efeitos duram em média um ano, podendo chegar até a um ano e meio.

Bioestimuladores e lifting

Como funciona:  Bioestimulador é o nome dado a toda técnica que, assim como o microagulhamento, atua nas células que produzem colágeno. Eles existem em diversos modelos, como injetáveis – com substâncias capazes de induzir a produção da substância – ou lasers com o mesmo potencial. Uma modalidade que está em alta hoje são os fios de sustentação, também conhecidos como lifting, feitos de ácido polilático.

Resultado:  No caso do lifting, além da maior rigidez conferida pelo aumento da proteína proporcionada pelo ácido, os fios são inseridos no rosto de modo a fixar a pele ao tecido subcutâneo, dando uma “levantada” na região. Após cerca de um ano, o corpo absorve o material dos fios, mas os efeitos permanecem por mais um tempo devido à produção do colágeno.

Ultrassom microfocado

Como funciona:  As ondas do ultrassom microfocado criam zonas de calor controladas na pele para estimular processos de coagulação em regiões específicas. Isso ativa o sistema imunológico no local, induzindo uma cicatrização que repara o tecido e, posteriormente, estimula a produção de colágeno.

Resultado:  O dermatologista Abdo Salomão Jr. explica que as versões mais recentes do método são indicadas especialmente para tratar áreas delicadas, como pálpebras, inferior e superior, e ao redor da boca. A aplicação é por meio de um scanner ou uma caneta, e costuma ser rápida, em apenas uma sessão. Os efeitos são de rigidez, promovida pelo aumento do colágeno.

Nova geração de botox

Como funciona:  Um dos métodos mais conhecidos, a toxina botulínica é uma bactéria que atua reduzindo a contração muscular e induzindo o relaxamento da região. Ela é utilizada principalmente para as rugas dinâmicas do terço superior da face, onde se obtêm os melhores resultados. Porém, a nova geração de botox pode ser aplicada também em outras regiões, como no pescoço.

— Nós sempre estamos evoluindo para melhorar a aplicação, e de tempos em tempos surgem toxinas novas no mercado. Há ainda os microbotox, concentrações menores da substância que podem ser aplicadas em áreas específicas que não suportam a quantidade normal — explica Patrícia, da SBD.

Resultado:  A atuação da toxina leva a menos marcas na pele em áreas onde há constante contração muscular, como na testa. Os procedimentos são rápidos, bem sucedidos e com baixos índices de complicação. O resultado pode ser observado geralmente uma semana após a aplicação, e dura cerca de cinco meses. É possível reaplicar de acordo com a indicação do especialista.

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