Prazer ou problema sexual?
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Prazer ou problema sexual?

Não é segredo para ninguém que muitas mulheres fazem uso de vibradores, se masturbam e gostam de falar abertamente sobre sexo, inclusive dando detalhes íntimos das próprias relações. Algo comum, por exemplo, entre algumas famosas. A questão é: isso tudo é saudável ou pode trazer problemas para as mulheres? Dra. Erica Mantelli, ginecologista e sexóloga de São Paulo, esclarece alguns temas, relacionados à sexualidade e saúde feminina.

 Zonas erógenas

É importante para as mulheres saberem em quais regiões do corpo sentem prazer e gostam e ser tocadas na relação com o parceiro. Não é bacana sentir-se desconfortável ou realizar no ato sexual o que não gostam ou que não foi combinado ou discutido previamente. Mulheres que cedem por pressão do parceiro ou por não saberem dizer “não” podem ficar deprimidas ou ansiosas. E isso, definitivamente, não é saudável. “É preciso que haja respeito e confiança mútua para que a relação seja boa antes, durante e depois do sexo”, diz Dra. Erica.

Masturbação

Há pesquisas sobre o tema que sinalizam que grande parte das mulheres são adeptas dessa prática, atingindo números superiores a 40%. A da Hibou, agência de monitoramento de mercado e consumo, de São Paulo (SP), por exemplo, realizada recentemente, chegou a 71% em um universo de mais de duas mil mulheres entrevistadas. Masturbar-se não deixa de ser uma maneira de adquirir autoconhecimento sexual e de aliviar o estresse.

O problema é, como indicam estudos médicos afins, quando essa prática está associada a comportamentos compulsivos. Por exemplo: se realizada inúmeras vezes como única forma de satisfação, ao gerar sensação de “vazio” ou alterações de humor em caso de abstinência, ao provocar o isolamento ou comprometer o convívio social, ao ser associada apenas à pornografia. O vício em pornografia, aliás, também não deixa de ser um comportamento compulsivo, capaz de provocar o desvio da realidade e a constante compra de produtos afins. “Em todos esses casos, as mulheres precisam procurar ajuda e tratamento especializado”, aconselha Dra. Erica.

Sex toys

Os chamados brinquedos sexuais como vibradores e bullets, cápsulas que estimulam o clitóris, também ajudam a conhecer o próprio corpo. Há mulheres, inclusive, que trazem esses acessórios para o sexo com o parceiro como forma de relaxar, estimular a excitação e a lubrificação. “O impacto negativo disso é apenas pensar na relação ou sentir prazer com a utilização dos sex toys. É importante ter bom senso e equilíbrio”, avisa Dra. Erica. Isso significa também entender o corpo de outras formas, inclusive guiando o parceiro, que pode ou não utilizar acessórios sexuais, de acordo com a vontade de ambos.

Discurso sexual 

Falar abertamente sobre sexo é útil tanto para mulheres quanto para homens. Principalmente quando ainda existem tabus nunca ou pouco discutidos. Portanto, é louvável que pessoas que tenham grande apelo de comunicação pública coloquem em pauta temas importantes sobre a questão, que despertam também o aprendizado. Isso, no entanto, não significa que toda mulher deve expor publicamente a vida sexual, usando as redes sociais, entre outros canais.

Têm aquelas que não se sentem bem com a exposição que fuja da conversa privada com parceiro, o que, definitivamente, não é problema. “O essencial é aprender a viver a sexualidade com prazer e da forma que se deseja”, avisa Dra. Erica. Em outras palavras, até de forma velada e íntima, se essa for a vontade da mulher, já que não existem modelos a serem seguidos por todas.

Disfunções

Podem ser considerados problemas de saúde sexual, além das compulsões, a dificuldade em vivenciar a relação com prazer, a dor, o desconforto, a ausência de orgasmo, a falta ou alteração de lubrificação. Nesses casos, é preciso procurar ajuda médica, por exemplo, para descobrir a causa e a melhor solução para o problema. 

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