Apesar de as pessoas terem cada vez menos reservas na hora de explorar o sexo e o próprio corpo – vide os dados que mostram  uma presença cada vez maior de mulheres entre os usuários de sites de pornografia –, o prazer feminino ainda é um assunto rodeado de mistérios. Apesar de elas terem a capacidade de ter orgasmos múltiplos e serem donas do único órgão do corpo humano que é voltado única e exclusivamente para o prazer (o famoso clitóris), muitas mulheres sentem bastante dificuldade na hora de chegar ao ápice do prazer, seja durante a masturbação, seja no ato sexual com um parceiro ou parceira. 

Não ter orgasmos é algo relativamente comum entre as mulheres, e são diversos os fatores que podem causar isso
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Não ter orgasmos é algo relativamente comum entre as mulheres, e são diversos os fatores que podem causar isso

Dada a complexidade dos orgasmos femininos, são diversas as razões pelas quais as mulheres podem estar com dificuldades de “chegar lá”; algumas delas têm um fundo puramente físico, outras são relacionadas com o psicológico e até com o parceiro ou parceira. Veja seis coisas que podem estar prejudicando sua chegada ao ápice do prazer:

1. Pornografia

De acordo com psicólogos , apesar de a pornografia ser um bom guia para que as pessoas se sintam mais encorajadas em testar novas práticas e explorar fantasias, esse tipo de material não substitui a educação sexual. Isso porque o pornô mostra diversas situações que não existem na vida real (como ereções que não têm fim, sexo que dura horas, etc), fazendo com que muita gente se decepcione com a própria vida sexual.

Ao contrário dos homens, as mulheres não são nada incentivadas a descobrir o próprio corpo e os próprios desejos, então é natural que, na hora H, muitas sigam o “passo a passo” da pornografia (que também pode ter sido como o parceiro ou parceira aprendeu) e não sintam prazer algum. De acordo com um estudo realizado recentemente pela Universidade de New Brunswick (Canadá), mulheres que consomem material adulto são inclusive mais infelizes em relacionamentos por conta da decepção ao se deparar com a realidade.

2. Ressecamento vaginal

A lubrificação é outro fator que influencia em quanto prazer a mulher sente durante o ato sexual. De acordo com a sexóloga Carla Cecarello, do site de relacionamentos “C-date”, a lubrificação do canal vaginal é a resposta natural que o corpo dá para a excitação, preparando-o para uma possível penetração. Sem a lubrificação adequada, a sexóloga explica que a relação sexual pode ser dolorosa e, bom, sentir dores durante a penetração não é algo que costuma resultar em orgasmos.

O ressecamento vaginal, segundo a sexóloga, pode ter diversas causas que vão desde distúrbios hormonais e menopausa e doenças como diabetes e hipertensão até preliminares curtas ou inadequadas. Em casos assim, vale a pena conversar com o médico e apelar para uma ajudinha externa: o lubrificante íntimo. O ideal é escolher sempre um que seja à base de água para que ele não interfira na eficácia do preservativo.

3. Menopausa

Ela pode até demorar, mas chega para todas as mulheres. A menopausa ocorre quando a produção de alguns hormônios cai, gerando desconfortos que, de acordo com a fisioterapeuta uroginecológica e educadora sexual Débora Padua, podem incluir o ressecamento vaginal e a perda da libido. Bom, é mesmo de se esperar que, com uma bagunça hormonal cheia de consequências rolando no corpo, a mulher tenha dificuldades em sentir prazer, certo?

Segundo a especialista, porém, a mulher tem algumas opções que podem ajudá-la a driblar a menopausa e voltar a sentir prazer na cama. Aqui, é válido conversar com  um ginecologista a respeito de reposição hormonal ou cremes vaginais que amenizam o ressecamento do canal vaginal. Além disso, a especialista explica que também é possível optar pela fisioterapia íntima, que ajuda a devolver a elasticidade da vagina.

4. Doenças que afetam o aparelho reprodutor

De acordo com Livia Daia, ginecologista, obstetra e mastologista da clínica Daia Venturieir, há algumas doenças que podem gerar dor na relação e, consequentemente, impedir a mulher de ter seus orgasmos feliz e tranquila. A especialista afirma que a endometriose, por exemplo, é um processo inflamatório na cavidade pélvico que pode gerar dores profundas e até sangramentos. Fora a endometriose, a dor que tira o foco da mulher na busca pelo prazer também pode ser causada por doenças sexualmente transmissíveis e até processos inflamatórios na bexiga e no intestino. Nos casos em que há dor, a recomendação sempre é consultar um médico.

5. Falta de conhecimento sobre o próprio corpo

Pode parecer bem básico, mas, segundo especialistas em sexualidade, esse fator pode gerar muito desconforto durante o sexo e ser até ser a causa da anorgasmia (ou seja, a ausência de orgasmos). As pessoas são diferentes umas das outras e, sendo assim, é de se esperar que não haja um consenso sobre a melhor forma de estimular uma mulher sexualmente. Quando a mulher não toca o próprio corpo, não conhece os estímulos que a excitam mais ou menos e, dessa forma, não conseguem guiar o parceiro ou parceira na hora H.

Débora explica que, nos casos em que a ausência de orgasmos têm um fundo emocional, as pacientes podem ser encaminhadas por um ginecologista para a terapia, onde investigarão mais a fundo o que pode estar levando-as a esse comportamento.

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6. Falta de empatia e empenho por parte do parceiro ou parceira

De acordo com Débora, a ausência de prazer (e consequentemente dos orgasmos) durante o ato sexual pode vir da falta de intimidade com o parceiro. Muitas vezes, isso ocorre por falta de diálogo no relacionamento, mas não há como negar que existe, sim, muita gente que só pensa no próprio prazer. Por falta de conhecimento acerca da sexualidade feminina ou até comodismo, o parceiro ou parceira pode não se empenhar em fazer com que a mulher se sinta relaxada e realizada durante o ato sexual. Com alguns, uma conversa pode resolver, mas, se você está com alguém que invariavelmente não se esforça em nada debaixo dos lençóis, talvez seja hora de procurar um novo parceiro.

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