Apesar de toda prática sexual que envolve o ânus ser algo considerado tabu pela sociedade, a estimulação anal é, sim, prazerosa, e há uma explicação biológica para que isso aconteça. De acordo com a sexóloga Priscila Junqueira, essa região é cheinha de terminações nervosas assim como outras zonas erógenas (como os mamilos, o pênis e o clitóris), o que a torna mais sensível ao toque do que outras partes do corpo. Para o homem, ainda há um algo a mais: a próstata, região conhecida como o ponto G masculino. E mesmo que você não seja uma pessoa adepta ao sexo anal, ainda é possível estimular a área utilizando brinquedos eróticos .  

Hoje, há uma infinidade de brinquedos eróticos voltados para o prazer anal, como vários tipos de plugs e vibradores
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Hoje, há uma infinidade de brinquedos eróticos voltados para o prazer anal, como vários tipos de plugs e vibradores

Apesar de vibradores convencionais serem a categoria mais popular entre os brinquedos eróticos , eles não são os únicos. Existe uma infinidade de “sex toys” voltados para partes diferentes do corpo e com funcionalidades diversas, inclusive aqueles com características ideais para estimulação anal. Porém, da mesma forma que ocorre com o sexo anal e o uso de brinquedos sexuais vaginais, essa prática exige alguns cuidados. Confira tudo o que você precisa saber sobre usar plugs, vibradores e brinquedos anais:

1. Quero começar, e agora?

Se você tem vontade de experimentar o prazer anal com acessórios, não há problema algum, mas não pense que é só comprar o mais interessante que encontrar e sair utilizando; de acordo com a sexóloga, o ideal é iniciar a prática com os dedos. Levando em conta que há algumas partes da musculatura anal sobre a qual não temos controle, a dica é inserir um dedo aos poucos e deixá-lo imóvel para que ela “se acostume” com a sensação de ter algo ali.

Aos poucos, a ideia é introduzir outro dedo e, eventualmente, movimentá-los. Quando a região estiver suficientemente relaxada, aí é que entram os brinquedos eróticos. Priscila indica começar por aqueles mais simples, como os plugs – que têm o formato parecido com o de uma gota d’água achatada – e acessórios menores, e só então partir para os vibradores.

2. A preparação não é só na primeira vez

Sabe aquela história de que estimulação anal “alarga” a região? Pois saiba que ela não passa de um mito. Assim como acontece com a vagina, o ânus não ganha um tamanho diferente após o uso de um brinquedo erótico ou do sexo anal, ele apenas se acostuma com a sensação de ter algo ali. Sendo assim, sempre que for rolar alguma “brincadeira” na região, o ideal é ir devagar como se fosse a primeira vez.

3. Nem “só para homem”, nem “só para mulher”

Apesar de alguns brinquedos eróticos terem um formato que favorece a estimulação da próstata ou que alcancem o clitóris, Alessandra Seitz – diretora comercial da INTT Cosméticos – acredita que não é preciso restringir os acessórios a categorias de gênero. “Os ‘toys’ são feitos para o ser humano e não para o gênero.

Apesar de alguns brinquedos favorecerem a anatomia masculina ou feminina, eles não são divididos por gênero
Divulgação/Empórium do Prazer
Apesar de alguns brinquedos favorecerem a anatomia masculina ou feminina, eles não são divididos por gênero

Nada impede que uma mulher utilize um vibrador com massageador de próstata, por exemplo, até porque isso irá oferecer um prazer infinito para ela. Isso depende muito da escolha e do gosto de cada um”, afirma.

4. Peça ajuda

De acordo com Alessandra, há “sex toys” para estimulação anal de todas as formas e tamanhos possíveis e, na hora de escolher um, tudo depende dos gostos e das experiências que a pessoa tem. Sendo assim, não há problema algum em pedir ajuda dos vendedores da sex shop na hora de escolher o mais apropriado. “O consultor pode perguntar se a pessoa já fez anal, se ela já usou um vibrador antes, se é iniciante, etc. Se a pessoa nunca teve experiência com o sexo anal, a indicação é um ‘toy’ menor, com menos intensidade de vibração e assim por diante”, explica ela.

A dica aqui é ter em mente que responder a possíveis perguntas dos vendedores é importante e que eles não estão lá para julgar. Segundo Alessandra, esses funcionários são treinados para agir de forma a deixar os clientes confortáveis, então não há problema algum em pedir ajuda se houver alguma dúvida.

5. Lubrificante é essencial

Esta dica, na verdade, é uma regra (que você deve inclusive imprimir e colar na parede): toda e qualquer prática anal requer o uso de um lubrificante. Ao contrário da vagina – que possui glândulas voltadas para a lubrificação que entram em ação quando a mulher está excitada –, a região anal não se lubrifica sozinha, e inserir um brinquedo erótico ali “a seco” pode ser doloroso e gerar até micro feridas na área.

Sendo assim, tanto Priscila quanto Alessandra sugerem adquirir um lubrificante à base de água junto com o acessório e utilizá-lo de forma generosa. Ah, e não se esqueça: não é só porque a substância é escorregadia que funciona como lubrificante íntimo (ou seja, mantenha-se longe de cremes corporais, condicionador de cabelos, manteiga e qualquer outro líquido que pareça adequado - porque, não, ele não é).

6. Esqueça os anestésicos

Se você eventualmente topar com um produto que promete acabar com a dor durante a estimulação anal, passe longe dele. Em primeiro lugar, se a prática sexual (seja ela qual for) estiver causando dor, é necessário parar e investigar as possíveis causas. Ter certo desconforto na região durante as primeiras experiências é comum por ser algo novo, mas o lubrificante deve fazer um bom trabalho em facilitar a situação.

Em segundo lugar, substâncias anestésicas podem, sim, mascarar a dor, mas isso significa que a pessoa pode não sentir quando se machucar de forma séria, o que é bem perigoso. Além disso, ao aliviar a dor, ela também pode acabar inibindo a sensação de prazer causada pela estimulação.

7. Cuidado na hora de compartilhar

Não há problema algum em compartilhar os brinquedos eróticos com o parceiro ou com a parceira, mas, se esse for o caso, o ideal é utilizar uma camisinha e trocá-la sempre que a outra pessoa for fazer uso do acessório (não esquecendo de  higienizá-lo da forma correta entre os usos). O mesmo deve ser feito se a ideia é usar em orifícios diferentes; é possível que o ânus tenha bactérias que não devem, de forma alguma, entrar em contato com a vagina. Camisinha neles!

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