Claire Wright passou dois anos tentando engravidar, até descobrir que o problema era sua vagina dupla
Reprodução/Arquivo pessoal
Claire Wright passou dois anos tentando engravidar, até descobrir que o problema era sua vagina dupla

Durante 26 anos, Claire Whright, 32, sofreu com fortes dores abdominais e não imaginava que o problema pudesse estar relacionado com sua vagina. Até então, os médicos culpavam uma rara condição com a qual ela nasceu, chamada fístula traqueoesofágica (má formação da traqueia e do esôfago). Em razão desta complicação, a mulher encarou diversas cirurgias para ajudá-la a comer e respirar corretamente.

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No entanto, Claire não fazia ideia de que aquela não era a única condição rara da qual ela era portadora. Quando adolescente, ela sofria com dores estomacais e sangramento menstrual intenso, e os médicos diziam que isso acontecia pela quantidade de cirurgias feitas na região. Na realidade, tudo vinha do fato da mulher não ter apenas uma vagina , e sim duas.

Condição rara e quase imperceptível

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"Ficava tentada a enfiar uma faca na minha barriga", diz Claire sobre sua condição

Assim que se casou, em 2006, Claire e o marido Mark decidiram ter um filho. Após dois anos de tentativas falhas e muita frustração, a mulher buscou ajuda médica e passou por uma ressonância magnética. Um mês depois, tinha em mãos a informação de que possuía duas vaginas e dois úteros. “Às vezes eu ficava tentada a enfiar uma faca na minha barriga e arrancar meu sistema reprodutor porque a dor era horrível. Fiquei surpresa em não saber que eu tinha isso antes”, conta a britânica ao jornal "The Sun".

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Reaprendendo a fazer sexo

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma em cada 3 mil mulheres pelo mundo são afetadas pela mesma condição que a de Claire. Ela ocorre quando o útero não se forma corretamente durante o desenvolvimento do bebê no ventre da mãe.

Claire viveu décadas sem notar a existência de uma segunda vagina, já que a divisão entre os dois canais é tão espessa que o segundo orifício fica quase completamente coberto. Segundo os médicos, a mulher teria de remover tal divisão para checar se o outro útero funcionava normalmente, cirurgia que ela realizou em 2009.

Oito semanas após a operação, Claire e o marido tiveram de reaprender a fazer sexo para testar seus “novos” órgãos e aumentar as chances de Claire engravidar. “Depois da cirurgia, transar era dolorido, foi como perder minha virgindade novamente. Mas tive de fazer isso porque queríamos um bebê”, conta. E, com mais três anos de tentativa, o casal finalmente conseguiu. "Eu mal podia acreditar, fiquei muito feliz", relembra

Porém, o momento de felicidade durou pouco. Claire se esforçou ao máximo para descansar e relaxar, mas na 23ª semana da gestação, a pequena Minnie, bebê que eles estavam esperando, nasceu morta. "Me senti roubada e enganada. Hoje, ela teria sete anos e eu ainda penso sobre isso", lamenta a britânica. A experiência não fez com que o casal parasse de tentar construir uma família, e Claire engravidou novamente alguns meses depois.

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Após passar por uma cirurgia para remover a divisão entre seus canais vaginais, Claire conseguiu construir sua família
Reprodução/Arquivo pessoal
Após passar por uma cirurgia para remover a divisão entre seus canais vaginais, Claire conseguiu construir sua família

Hoje, o casal tem dois filhos, Jaiden e Jorja, ambos saudáveis. Após o fim da segunda gravidez , Claire iniciou um tratamento amenizar a dor causada por ter uma "vagina dupla". “Por ora, estou muito feliz por ter minha maravilhosa a preciso aprender a viver com a minha condição”, completa.

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