Novembro as pessoas ficam ansiosas porque o ano está acabando, dezembro lembram do que não alcançaram, das pessoas que perderam, lutos são revividos, metas não concluídas, preparação de novo ciclo e todo esse ritual pode levar algumas pessoas ao estresse.
Muitas pessoas pioram da saúde mental no final de ano, ficam mais melancólicas, com a chamada “dezembrite", alteração de humor sazonal. Para quem já tem um transtorno mental, como a depressão, essa época pode ser mais complicada. Por isso é importante diferenciar a tristeza e frustração dessa época com depressão e ansiedade. Conversamos com a médica psiquiatra Milliane Rossafa, para esclarecer como diferenciar depressão dos sentimentos de melancolia do final de ano.
"Depressão é um transtorno que engloba vários sintomas como tristeza, aumento ou diminuição do apetite, dificuldade de concentração, vontade frequente de chorar, pensamentos ruins, angústia, insônia ou sonolência e afeta a qualidade de vida, não acontece só no final do ano", explica a médica.
"Tristeza é uma emoção primária, ou seja, inata, todo ser humano pode sentir. Se torna uma doença quando tem outros sintomas associados e por um tempo maior que 2 semanas. O final do ano pode aflorar emoções básicas, trazer lembranças, saudades, sentimento de solidão, ansiedade por alcançar metas ou por não ter alcançado planos desejados. Essa ansiedade também pode vir pela preocupação de como será o próximo ano, medo do novo, de talvez se frustrar de novamente. Pessoas que são auto exigentes acabam sofrendo mais com isso pois ficam ansiosas com a virada do ano", diz Milliane.
"No caso da melancolia e ansiedade do final de ano o ideal é criar consciência dos seus sentimentos, acolhê-los, sentí-lós e assim superá-los. Lutar contras emoções pode ser um tiro no pé! Ressignificar esses sentimentos e essa Elisa do ano também é importante. Se todo ano pensamos que em dezembro ficamos mal, nosso cérebro grava isso e assim será", esclarece.
Saber também que é normal ficarmos mais emotivos no final do ano por conta do significado cultural. Se os sintomas incomodarem, se isso te deixa ruim e se prolonga, o ideal é buscar um profissional da saúde mental.
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