Treinamento dos músculos do assoalho pélvico previne problemas como prolapso genital
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Treinamento dos músculos do assoalho pélvico previne problemas como prolapso genital

O caso recente da apresentadora Marília Gabriela, que teve de passar por uma cirurgia devido a complicações causadas por um prolapso uterino, acendeu o alerta para a saúde da mulher, que normalmente é mais acometida pelo prolapso genital, a famosa bexiga caída. Embora seja mais comum entre mulheres com mais de 60 anos, é possível exercitar essa região do corpo para prevenir esse e outros problemas uroginecológicos.

“O Treinamento dos Músculos do Assoalho Pélvico (TMAP), chamado antigamente de Exercícios de Kegel, ajuda a fortalecer os músculos do assoalho pélvico, garantir melhor qualidade de vida e prevenir problemas como prolapso genital”, diz a médica Rubina Lúcia Falsio, chefe do serviço de Uroginecologia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP-RJ).

Os músculos, ligamentos e tecido conjuntivo do assoalho pélvico seguram órgãos como bexiga, uretra, intestino delgado, reto e útero. “Quando acontece a perda de sustentação desses músculos, se dá o prolapso genital, que é quando esses órgãos se projetam para a vagina”, explica a médica.

Segundo a especialista, o TMAP é a melhor indicação para o problema. “Os
exercícios são simples, mas precisam ser orientados e avaliados por uma
especialista, a fisioterapeuta pélvica, que vai saber identificar se a mulher está
realmente trabalhando os músculos do períneo. Primeiro, a mulher precisa aprender a identificar esses músculos. Antigamente, acreditava-se que bastava contrair e relaxar esses músculos, como se estivesse interrompendo a liberação de urina e depois soltando-a novamente. Mas houve uma evolução até chegar ao TMAP, aprovado pela Sociedade Internacional de Continência (ICS)”, observa a especialista.

“Contrações e relaxamentos dos músculos pélvicos, por exemplo, são exercícios que podem ser feitos aliados com a respiração. Para evitar o prolapso genital, são feitos treinamentos mais voltados para a fibras tônicas do assoalho pélvico”, complementa.

De acordo com a médica, embora mais indicado para mulheres, homens e crianças também podem fazer TMAP. Segundo Rubina, há estudos que mostram grande evolução em casos de enurese (incontinência urinária) e disfunções miccionais. A uroginecologista assegura que o TMAP é muito bom para qualquer um dos quatro graus de prolapso vaginal. “Sendo que nos dois primeiros graus é possível recolocar os órgãos internos no lugar. Nos graus 3 e 4, isso não é possível, mas há uma grande melhora em todo o sistema da região”, esclarece.

Desde que sob orientação fisioterapêutica, o TMAP pode ser executados em locais onde a mulher esteja sozinha e se sinta mais à vontade: sentada – no sofá, na beirada da cama ou numa cadeira de assento firme – deitada ou na posição de ponte. “A especialista vai determinar o tipo e a quantidade de exercícios, de acordo com cada caso”, orienta.

De acordo com a uroginecologista do HSVP, o TMAP é recomendado para todas as mulheres, independentemente da idade. E é um ótimo instrumento de prevenção contra o prolapso genital, principalmente para mulheres que têm o hábito de fazer exercícios com muito peso nas academias, praticantes de crossfit e mesmo enfermeiras e cuidadoras de idosos que precisam lidar com o peso dos pacientes. O exercício também auxilia a mulher grávida a chegar ao parto mais preparada e segura de seu corpo. “Mas se após os exercícios se sentir cansada ou com dor nas costas é porque está trabalhando os músculos errados”, alerta a médica.

Entre os benefícios do TMAP para fortalecer o assoalho pélvico, Rubina cita:
- Redução do risco de prolapsos pélvicos;
- Facilidade no parto, diminuindo a chance de rasgamentos;
- Aumento da circulação sanguínea na área retal, reduzindo a possibilidade de
hemorroidas;
- Retorno das atividades pós-parto normais sem medo de incontinência ao rir, tossir
ou espirrar;
- Melhora o desempenho sexual;
- Melhora funcionamento intestinal

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