O Dia Nacional da Mamografia é celebrado hoje (05). A data, oficializada pela Lei nº 11.695/2.008, foi idealizada pela deputada Maria do Rosário (PT) e tem como objetivo conscientizar a população brasileira sobre a prevenção do câncer de mama.
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Como doença de maior incidência no Brasil, o câncer de mama atingiu 66 mil mulheres em 2022. A redução da mortalidade consiste no diagnóstico prévio do problema, feito, principalmente, pela mamografia. Em 2021, o Sistema Único de Saúde registrou 3.497.439 mamografias em mulheres e 7281 em homens.
“A mamografia é um exame de imagem semelhante a um raio-X das mamas, que busca detectar o câncer de mama. A mamografia permite identificar alterações e nódulos mamários mesmo antes de poderem ser percebidos pelo toque ou a olho nu”, explica Marina De Brot, secretária-geral da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e médica patologista titular do A.C.Camargo Cancer Center.
Segundo Brot, a mamografia é essencial para a saúde da mulher pois, na identificação imediata de lesões mamárias, elas poderão ser investigadas, permitindo o diagnóstico precoce do câncer de mama. “Quanto mais cedo se detecta o câncer, maiores as chances de cura”, comenta a médica. Ela explica que exame de mamografia vai além do câncer, como nódulos e alterações.
Para Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa, o diagnóstico precoce é imprescindível para a prevenção da metástase, que é o crescimento tumoral à distância. “Isso sempre piora o prognóstico da doença para o paciente, então quanto mais precoce o diagnóstico, menos agressivo é o tratamento. Isso melhora a sobrevida do paciente”, relata.
Brot acrescenta que o diagnóstico precoce traz maiores taxas de sucesso do tratamento e de cura, além de melhor qualidade de vida para as pacientes. No entanto, a mamografia, de forma isolada, não é suficiente para o diagnóstico definitivo de câncer. O tumor deverá ser confirmado, segundo a médica, através da biópsia da alteração identificada no exame de imagem.
O diagnóstico precoce é reforçado pela ciência: uma pesquisa publicada no periódico médico Radiology com 130 mil voluntárias revelou que a mamografia conseguiu reduzir em até 30% o número de mortes de mulheres diagnosticadas com câncer de mama.
“Quando é identificada alguma alteração suspeita nos exames de imagens, como a mamografia e a ultrassonografia da mama, o médico radiologista retira uma pequena amostra de tecido da lesão, a chamada biópsia. Este fragmento é enviado para a análise pelo médico patologista que avalia o material para confirmar se trata-se de câncer de mama ou outras alterações benignas ", revela a patologista.
Por conta da importância do diagnóstico, principalmente precoce, o autoexame não é mais recomendado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). Segundo o Instituto, diversos estudos demonstraram baixa efetividade e até danos associados a essa prática, já que ela é incapaz de descobrir tumores e lesões menores.
A mamografia deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos de idade. Para mulheres do grupo de risco, que inclui o histórico de menarca precoce, uso de contraceptivos e tabagismo, o exame deve ser feito partir dos 35 anos. A frequência anual é importantíssima para a saúde da mulher, já que, em estágios iniciais, o câncer de mama é assintomático.
“Ao notar qualquer coisa diferente, ou observar em frente ao espelho qualquer alteração no mamilo ou pele da mama, retração, vermelhidão, inchaço, secreção mamilar, ou se palpar um caroço na mama ou axila, deve-se buscar atendimento com o médico ginecologista ou mastologista para avaliação e investigação”, finaliza Marina.