A prática da ioga é uma forma da pessoa trabalhar, simultaneamente, o corpo e a mente. Com a modalidade, é possível ganhar força muscular, equilíbrio e, ao mesmo tempo, autoconhecimento e autoconfiança e ainda diminuir a ansiedade. Mas se você pensa que há apenas uma forma de realizar as posturas exigidas, está muito enganada.

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Calor durante a ioga aumenta a vasodilatação, aumentando a circulação de sangue nos músculos e articulações
Divulgação/Bio Ritmo
Calor durante a ioga aumenta a vasodilatação, aumentando a circulação de sangue nos músculos e articulações

Como nós já mostramos aqui no Delas , uma das formas de se praticar a ioga é com a ajuda de tecidos suspensos . Esses tecidos vão dar leveza a algumas posturas, tirando o efeito da gravidade e, consequentemente, aliviando tensões e peso das articulações. Mas há outra forma de aliviar as tensões nas articulações: com a ajuda do calor.

Ao notar que os indianos tinham mais facilidade em realizar os movimentos, especialistas na prática perceberam que o clima da Índia podia ser um dos "responsáveis" – e de fato o calor pode ajudar. Foi assim que surgiu o " hot yoga ", quando a aula é ministrada em um ambiente climizado em até 40ºC.

De acordo com Mariana Michelin, coordenadora e professora do estúdio de ioga Vidya na Bio Ritmo, o calor não é essencial para a prática da modalidade tradicional, mas pode gerar diferentes benefícios. "O calor aumenta a vasodilatação, aumentando a circulação de sangue nos músculos e articulações, o que pode até diminuir dores."

O que muda da modalidade tradicional? Somente a sala estar aquecida entre 37ºC a 40ºC, como explica a professora. "Além de todos os benefícios da ioga tradicional, o calor lubrifica melhor as articulações, podendo até trazer cura para algumas dores articulares e musculares e eliminar mais toxinas através do suor."

Como é uma aula de ioga a quase 40ºC

Sem ter feito nem uma aula tradicional de ioga, eu, repórter do Delas , aceitei o convite da Bio Ritmo de conhecer as modalidades diferentes. A aula experimental ocorreu na manhã desta terça-feira (17), após uma segunda-feira de bastante frio na cidade de São Paulo.

Como eu não sabia que uma das aulas seria em um ambiente climatizado, não tive receio em escolher uma calça legging e uma blusinha de manga comprida. No meio do caminho, já notei meu erro: fazia sol e calor até mesmo na rua, bem diferente do dia anterior. Mas aí já não tinha jeito de voltar para casa, fui assim mesmo. 

Chegando na aula, primeiro participei da prática com tecido. A roupa que estava usando não foi um problema, então estava tranquila. Mas aí descobri que subiriam a temperatura da sala para quase 40ºC para a modalidade seguinte. A solução foi ficar de top, e, definitivamente, a minha legging tinha um tecido grosso demais para mais de 30ºC, mas não foi exatamente um problema.

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Concentração e equilíbrio são essenciais para a prática da ioga, seja ela tradicional, com tecido ou em uma sala climatizada
Divulgação/Bio Ritmo
Concentração e equilíbrio são essenciais para a prática da ioga, seja ela tradicional, com tecido ou em uma sala climatizada



Agora, em relação às posturas em si, comparando a modalidade com tecido com a dos movimentos mais livres, no chão, realmente há uma diferença. Foram trinta minutos de cada prática, mas senti "queimar" muito mais os músculos na "hot yoga", e não só por conta do calor que fazia na sala, mas também porque não tinha o apoio do tecido.

Ah, não se engane achando que, por isso, a modalidade com tecido é mais fácil. Da mesma forma que ela alivia algumas tensões, pode também dificuldar algumas posturas. Porém, pensando em relação a uma primeira aula, a no chão eu achei mais intensa.

Além de não ter tecido para me apoiar, também foram várias repetições de posturas, seguidas de outras muito similares. Uma das posturas era esta aqui debaixo:


E acredite se quiser, mas essa era a postura de "descanso", para a gente restabelecer o posicionamento do corpo e partir para uma nova repetição. Fora essa, também fizemos prancha e as posturas chamadas "cachorro olhando para cima", "guerreiro" e "triângulo", além de outras. Mudava até que rápido, mas mesmo assim o músculo "queimava".

Em determinado momento, achei que o calor iria tirar minha concentração. Por natureza, eu já sinto mais calor do que muita gente que trabalha comigo, por exemplo, então estar em uma sala com uma temperatura média de 37ºC já foi um verdadeiro desafio por si só. Mas, surpreendentemente, parece que me adaptei depois.

Realmente dá para sentir o calor, mas uma das exigências da ioga é conseguir manter a concentração e uma ligação com, digamos, o seu eu interior. As professoras inclusive pediram para que a gente focasse no nosso objetivo ali naquela aula, para pensarmos e focarmos nisso. A ideia era se desligar do ambiente externo – este era outro desafio para mim.

Novamente, surpreendentemente, consegui me atentar apenas a meu corpo e aos comandos da professora. Missão cumprida.

Calor durante a aula de ioga exige alguns cuidados específicos

Por conta das altas temperaturas na sala, é importante se hidratar bem antes, durante e também depois da
Shutterstock
Por conta das altas temperaturas na sala, é importante se hidratar bem antes, durante e também depois da "hot yoga"

Apesar dos benefícios que o calor pode gerar aos alunos, Mariana explica que a prática é contraindicada para gestantes por conta das altas temperaturas, e pessoas com pressão alta ou baixa precisam da liberação de um médico.

"É importante ir bem hidratado para a aula e se hidratar durante e depois da aula também", recomenda a professora. Sendo assim, nada de esquecer  garrafinha e procure usar roupas leves durante a prática.

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Agora, se começar a sentir cansaço extremo, moleza ou visualização de pontinhos pretos, o melhor é sair da postura da ioga e relaxar um pouco. A especialista explica que estes são sinais que indicam que você exigiu demais do seu organismo. Se não sentir melhora depois de parar, fale com o responsável pela aula.

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