Mulher não sabe lidar com números, nem com dados. Desafiando esse tipo de preconceito, a jovem Estela Brandão foi estudar Matemática. Fez MBA em Administração de Empresas, e passoupor empresas de destaque, incluindo Bombril, Citibank e Itaú.
Há mais de uma década faz parte da equipe da Smiles, desempenhando o papel de Diretora de Dados. Em sua posição, ela lidera as áreas estratégicas de Dados, CRM, Pricing, MIS, Voebiz e Frequent Flyer Passenger. Sua expertise se estende à elaboração e implementação de estratégias de segmentação e relacionamento com os clientes, destacando-se na gestão eficiente dessas áreas cruciais para o sucesso da empresa.
Desde 2022, assumiu um novo desafio como Chief Loyalty Officer (CLO) na GOL, uma posição que ampliou significativamente suas responsabilidades. Nesse papel, ela coordena a área de fidelidade em toda a companhia, cuidando de toda a base de clientes da GOL Smiles.
"Eu tinha facilidade com números, nos primórdios da escola, mas ganhei uma bolsa para um curso técnico de Turismo. Originalmente eu queria fazer estatística, mas cursei Matemática em uma faculdade no ABC", conta Estela, que começou a carreira em uma vaga estágio de matemática numa consultoria.
"Aí fui para a matemática aplicada a empresas, não para a parte de licenciatura", conta a executiva. Ela entrou na Smiles quando a empresa tinha 49 funcionários, e ajudou a construir sua área de dados, estatística, negócios e informação. "A empresa me deu muito espaço. Saí de especialista para diretora-executiva. Hoje somos quase 80 pessoas", revela.
Quanto a estar em uma área ainda muito masculina, Estela acredita que é uma questão cultural. "Existe esse machismo, as chefias tendem a favorecer os iguais, a estrutura masculina, branca, essas pessoas puxam pessoas que são iguais a elas", analisa.
"Eu tenho minha carga de privilégio, mas pelo viés de gênero a gente aceita passar por tudo isso, pequenos comentários, pequenos assédios. Realmente não é fácil, a empresa precisa reconhecer isso, precisam se educar. Nos últimos 3, 4 anos vejouma melhora. Mas já fui reunião com fornecedor que falou “até que ela entende”", lembra Estela.
Ela diz ser uma luta para conseguir espaço, mas o importante de conquistar esse espaço femminino é tentar puxar as outras. Estela foi mãe há pouco tempo e tem certeza de que a empatia foi muito maior por sua chefe também ser mulher e mãe. " Há empatia em outra camada. É o suporte de sonoridade. Eu tento replicar para o meu time, tenho duas grávidas na equipe e as ajudo a enfrentar a insegurança. Defendo que ninguém precisa se masculinizar para ganhar seu espaço", diz a executiva.
Para ela, cada um vai ter o seu estilo de gestão e o importante é ter um espaço que permita que as pessoas florescerem no seu estilo. "Teremos maiores ganhos, com levas de novas executivas mulheres", acredita.
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