A influenciadora sofre com comentários racistas sobre o marido
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A influenciadora sofre com comentários racistas sobre o marido


A mulher que é casada com um homem bem-sucedido é quase sempre julgada, ainda mais na questão racial. A influenciadora e musa da Mocidade Independente de Padre Miguel, Fernanda Passon é casada com o empresário Bruno Barreto, dono de diversos negócios e sofre com comentários de cunho racista e machista.

"Comentários e olhares de reprovação por casada com um empresário bem-sucedido e por ele ser negro. Eu andava com ele em alguns lugares de mão dadas, e as pessoas já olham pra mim e falam assim: essa branquinha, patricinha, pelo fato de eu ser branca e pequenininha com esse preto, sei não. Já até falaram com a gente, algumas vezes: 'a gente vê que você tem dinheiro pela mulher que você tem' A gente sabe que você é um preto rico pela mulher que você tá do lado. É muito triste isso. Já veem você como interesseira. Por ele ser negro tem que ser rico pra estar com uma mulher branca?", indaga a cirurgiã-dentista.

Fernanda já teve até problemas em uma viagem. "O racismo é muito grande no Brasil. O segurança de um hotel achou que ele estava me sequestrando ou algo nesse estilo. Ele ficou me perguntando várias vezes se o Bruno estava mesmo hospedado, queria ver a chave do quarto, queria saber o quarto que eu estava. Depois eu fui reclamar com a gerência e não fizeram nada com relação a isso. Só um pedido de desculpas", recorda.

Na internet, a influenciadora também lê comentários racistas sobre sua relação com o empresário. "Falaram que ele é negro e não deveria estar comigo, porque sou branca e vice-versa. Já me chamaram de interesseira. No início, eu sofria muito realmente, chorava, ficava muito arrasada. Atualmente, isso não me abala mais. Não devo satisfação a ninguém, mas quem conhece minha história sabe que eu não sou assim", pontua.

Bruno não foi vítima de racismo apenas no Brasil. Em viagens ao exterior, o casal, por saber outras línguas, ouviram pessoas conversando entre si sobre eles. "Falando o que essa mulher tá fazendo com esse cara ou ela não devia estar com ele por ser negro", relata.

Nesta sexta-feira (8) é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Fernanda resolveu falar sobre as dificuldades e desafios de ser mulher. "A gente já é julgada e subestimada a partir do momento que nasce. Se é uma empresária bem-sucedida, algum homem injetou dinheiro; se tem corpão, é fácil; colocou uma roupa curta, sofre julgamentos. Não pode fazer certos trabalhos, pois é 'coisa de homem'. Quando chegam na minha empresa, querem saber quem é o dono. Muitos por eu ser baixinha e aparentar menos idade não acreditam que vou operar um paciente. A sociedade acha normal diminuir, desrespeitar, assediar e agredir mulheres, entre outras coisas. Além disso, temos que cumprir diversos papéis. É um desafio você ser mulher e impor seu lugar", finaliza.


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