Presente em 11 países, a Laboratória, organização que busca diminuir a diferença de gênero no mercado de tecnologia, já formou mais de 3.000 mulheres no curso de Desenvolvimento Web na América Latina, sendo 500 no Brasil, criando oportunidades para que as mulheres possam prosperar nesta área.
Regina Acher, co-fundadora da Laboratória no Brasil, conta que a iniciativa começou no Peru e nasceu da falta de talentos em tecnologia, principalmente mulheres, que ocupam entre 20% e 30% das posições nesse mercado.
A organização se baseia em oferecer formação para mulheres na área de tecnologia, oferecendo cursos de 6 meses e, em seguida, promover a empregabilidade das formandas. São cursos de desenvolvimento web, análise de dados, UX, com foco nas demandas do mercado de trabalho.
De acordo com um estudo do Reino Unido desenvolvido pelo Partnership for Economic Policy, no universo das mulheres que são chefes de família, 8 em cada 10 mulheres estão em trabalhos precários. Além disso, de cada 10 mulheres, aproximadamente 6 estão em empregos sem carteira assinada ou que excedem a jornada de 44 horas semanais. Há quase 5 anos no mercado brasileiro, a Laboratória capacita mulheres para trabalharem como Desenvolvedoras Web e Analistas de Dados.
"Elas não pagam nada na formação, mas tem compromisso de repagamento, é o que chamamos de sucesso compartilhado, mas não cobramos um percentual, é um valor fixo. Menor do que o custo que a gente tem com o curso", explica Regina.
A Laboratória também oferece benefícios, bolsas, descontos em cursos, tudo faz parte da construção desse comunidade. Outra parte dos custos é bancada com filantropia.
"Quando a gente começou era presencial. Quando veio a pandemia, sentimos a dor e a oportunidade. Ao passar para o modelo online, foi possível chegar a mais mulheres, que não eram de São Paulo. Decidimos permanecer remoto. Tem por exemplo, uma parceria com o Google, que garante que 20% das nossas graduadas sejam do Nordeste", diz Regina.
Para fazer o curso é preciso ter 18 anos quando completa a formação. E não há limite de idade. "A idade média é 26, 27 anos, isso é muito parecido em todos os países onde atuamos", conta a executiva.
A Laboratória oferece 150 vagas por ano, mais ou menos 50 por turma, sempre para quem se identificar como mulher. "2023 foi um ano de mudanças, mais desafiador, como organização a gente se adaptou a essas mudanças. Diversidade maior de habilidades técnicas, desenvolvimento de habilidades pra vida, incluiu eventos e workshops, para as que estão descobrindo o mercado agora", diz Regina. A Laboratória também tem outro braço, que foca em liderança feminina, para dar um suporte depois que elas entram no mercado.
A organização reuniu a sua comunidade de desenvolvedoras para celebrar o encerramento do curso no ano passado. Duas ex-alunas compartilharam suas experiências na Laboratória, incentivando outras mulheres a não desistirem dos seus sonhos de ingressar no mercado de trabalho de tecnologia. É o caso de Marina Cesario, 35 anos, mãe de um menino de seis anos, que se tornou Desenvolvedora Web em janeiro de 2024 e trabalha para a empresa Here.
“O bootcamp me ajudou a entender que está tudo bem se desejamos mudar o rumo do nosso caminho profissional, que não precisamos trabalhar com o que decidimos com 18 anos. O pessoal da Laboratória foi maravilhoso em um momento em que eu não me achava capaz, me deram apoio emocional e ensinaram as técnicas necessárias essenciais para a minha formação”, comentou Mariana.
Para Natália Evelyn de Moura, de 27 anos, formada em Desenvolvimento Web, em 2023 é formada em Administração, sempre quis ter a oportunidade de mudar a vida das pessoas por meio da tecnologia. “Hoje, atuo como tech lead no Bradesco, mas nunca me imaginei numa posição de líder. Na Laboratória, consegui desenvolver muitas soft skills que foram essenciais para a posição que ocupo hoje. Precisei ter muita resiliência e paciência com o meu processo”, diz.
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