As cores influenciam diretamente na forma que vestimos, de acordo com o qu emais combina com nossos tons de pele e até o nosso humor . Mas afinal, por que isso acontece? A resposta pode estar por trás da colorimetria.
Essa ciência descreve fisicamente a percepção humana da cor. O conceito é aplicado em áreas diversas, e no caso da moda, tem vários usos, como estruturar a paleta de cores de coleções de roupas e acessórios e ser a base da técnica de Análise Cromática, muito utilizada por consultores de imagem pessoal e profissionais de styling.
Nesse cenário, a análise cromática estuda as cores naturais da pele, dos olhos e dos cabelos para identificar a paleta de cores que irá compor os itens do vestuário. A professora Valesca Sperb Lubon, do curso de Design de Moda do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), diz que para saber qual é a paleta que melhor realça a beleza do tom de pele de cada pessoa, é preciso antes analisar os subtons.
“Nossa pele possui uma tonalidade aparentemente homogênea, porém, cada uma é composta de forma única e se comportará diferente quando vestida por determinadas cores. A definição do subtom é indiferente à cor da pele, portanto, não há regra de que peles brancas sejam de subtom frio, ou que pele pardas e negras sejam de subtom quente”, comenta.
Assim, a professora explica um modo simples para classificar cada subtom, e que foi criado em 1976 pelo dermatologista norte-americano Thomas B. Fitzpatrick, diretor do departamento Dermatologia da Escola de Medicina de Harvard. É a classificação feita a partir da capacidade que cada pele tem de se bronzear, incluindo a sensibilidade e vermelhidão quando exposta ao sol. Confira:
-Pele que fica bronzeada após banho de sol: subtom quente;
- Pele que fica avermelhada após banho de sol: subtom frio;
- Pele que tem dificuldade de pegar cor (nem bronzeia nem fica avermelhada): subtom neutro.
“Outra técnica utilizada por profissionais para avaliar o subtom é observar as cores das veias que aparecem próximo à pele. Quando ela é esverdeada, o subtom da pele é quente. Caso ela seja azulada, o subtom é frio. E caso tenha veias esverdeadas e azuladas, o subtom é considerado neutro”, explica Valesca.
"Com o subtom quente, roupas de cores com o mesmo conceito, como o dourado, vermelho, laranja, roxos avermelhados e amarelos, são os ideais. Mas se seu subtom é frio, as melhores cores são os azuis, verdes e roxos azulados. É importante lembrar que a análise cromática não visa criar regras do que é certo ou errado de vestir. A ideia é valorizar nossas características individuais com dicas. O uso de um tom oposto tem efeito em um visual menos impactante e harmonioso", relata.
Assim, a harmonização cromática de looks e maquiagem valoriza a beleza natural de cada pessoa, enaltece seus traços, deixa o olhar mais brilhante e a pele luminosa. Tudo isso rejuvenesce e descansa instantaneamente a nossa aparência, “resultando em mais autoconfiança e liberdade de expressão através da vestimenta”, conclui Valesca.
Estudante de Design de Moda do Unipê, André Ricardo da Silva Nascimento faz um paralelo com a maquiagem. “O maquiador faz essa arte no seu dia a dia, ele vê os rostos como telas em branco para executar suas obras, escolhendo com cuidado as cores que irão dar ainda mais destaque ao olhar e à beleza da cliente. E notamos que quando não nos sentimos bem com uma maquiagem é provavelmente devido ao mau uso das cores e dos tons", inicia.
"Utilizar os tons corretos é algo fundamental para que a make fique bonita, harmoniosa e evidencie os pontos fortes do rosto da pessoa maquiada. Além disso, dominar os tons é algo essencial para que vários truques possam ser feitos, deixando a cliente muito mais satisfeita", explica.
“É importante buscar orientação de um profissional especializado em colorimetria para entender melhor seu tom e subtom de pele e, assim, poder ajudar o profissional de maquiagem a executar um trabalho com mais qualidade, sabendo quais os tons de base, sombras, blush e batons que irão harmonizar mais com você”, pontua André.