A morte de Luana Andrade, que era assistente de palco do Domingo Legal e ex-participante do Power Couple Brasil, chocou a internet na terça-feira (7). O Hospital São Luiz divulgou uma nota oficial com informações sobre como foi a internação da jovem para realizar uma lipoaspiração e a complicação que levou a sua morte durante a madrugada.
De acordo com o hospital, ela foi internada na tarde de segunda-feira, 6, para passar pela lipoaspiração com médicos particulares. Durante a cirurgia, ela teve uma intercorrência respiratória e o procedimento foi interrompido. Ela foi reanimada e levada para UTI. Lá, ela teve uma evolução negativa e veio à óbito às 5h30.
"O Hospital São Luiz do Itaim informa que a paciente Luana Andrade foi internada, acompanhada por seus familiares, na tarde desta segunda-feira (6/11) na unidade para procedimento de lipoaspiração, realizado por cirurgião e anestesista particulares contratados pela família.Transcorridas aproximadamente duas horas e meia de cirurgia, a paciente apresentou intercorrência abrupta respiratória e teve uma parada cardíaca, sendo imediatamente reanimada pela equipe", informaram.
E completaram: "A cirurgia foi interrompida e a paciente, submetida a exames que constataram quadro de trombose maciça. Foi transferida para a UTI onde foi submetida a tratamento medicamentoso e hemodinâmico. Mesmo com todos os esforços da equipe do hospital, ela evoluiu desfavoravelmente e morreu por volta de 5h30 de hoje. A causa da morte foi embolia pulmonar maciça. O Hospital São Luiz do Itaim lamenta profundamente o óbito da paciente e se solidariza com a família".
Para entender melhor a situação, consultamos Wendell Uguetto, cirurgião plastico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Hospital Albert Einstein. "No caso da Luana Andrade, parece que a causa mortis foi uma embolia pulmonar maciça durante o ato cirúrgico. Isso muitas vezes acontece sem nenhum tipo de erro médico. Isso pode acontecer pelo processo inflamatório geral ou por uma fatalidade de gordura ser embolizada dentro de um vaso sanguíneo. Esse vaso sanguíneo cai na grande circulação, no coração, e vai para o pulmão. Como entope essa grande circulação, o paciente não consegue oxigenar bem o sangue e o coração não consegue bombear o sangue também. Então, a paciente fica gravemente enferma, podendo ir a óbito, como foi o caso dela. Isso é uma causa bem grave", explica Uguetto.
Segundo o médico é uma condição bastante temida, porque ela é difícil de prever e, quando acontece, é uma fatalidade mesmo. "Mas existem alguns cuidados que podemos tomar para evitar. Uma das principais complicações da lipoaspiração ou de qualquer tipo de cirurgia, normalmente cirurgias maiores, é a tromboembolia pulmonar. Essa tromboembolia pulmonar é decorrente de uma trombose venosa profunda, que é um coágulo que se forma na perna e vai para o pulmão, embolizando. Normalmente, essa tromboembolia pulmonar é pequena, sem grandes repercussões sistêmicas. O paciente tem uma dor pulmonar, uma dor torácica, e altera um pouco a respiração. Mas, na grande maioria das vezes, quando é maciça, também leva à morte", esclarece.
Isso pode ser prevenido com a trombose venosa profunda. Como? "Usando meia elástica, um aparelho de compressão intermitente dos membros inferiores, posicionando o paciente adequadamente, não deixando a sala tão gelada, ou seja, aquecendo o paciente, e realizando a ambulação precoce. Todos esses fatores reduzem a chance de fazer um TVP, que é a trombose venosa profunda", diz o médico.
Segundo ele, outra coisa que é possível usar é uma medicação que afina o sangue. Então, é um anticoagulante que também damos no pós-operatório. Isso é a prevenção.
"Pensando na embolia gordurosa, que foi o caso dela, temos duas hipóteses. Uma delas não tem relação com a gordura, mas com uma reação inflamatória muito grande do organismo que atrapalha o pulmão e o coração. No caso da Luana, parece que foi a embolia da própria gordura. Então, durante o ato cirúrgico, na lipoaspiração, um vaso sanguíneo foi cateterizado com uma cânula e foi introduzida gordura provavelmente dentro desse vaso. Isso pode ter acontecido durante a lipoenxertia. Você vai enxertar o músculo reto abdominal, o glúteo, ou algum outro tipo de músculo, se a gordura embolizar, pega uma artéria e leva para a grande circulação. Provavelmente foi isso que aconteceu", analisa.
"Hoje, as lipoaspirações são feitas com mais segurança, usando ultrassom. Isso seria um jeito de minimizar o risco. Mas, no caso dela, é algo imprevisível. O cirurgião que fez o procedimento não tem culpa nenhuma. É uma fatalidade mesmo", pondera o médico.
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